A primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, afirmou, esta quinta-feira, que contar à mãe da jornalista Cecilia Sala que a filha havia sido libertada após três semanas detida no Irão foi dos momentos mais emocionantes desde que ocupou o cargo, em outubro de 2022.
"Acredito que ontem foi um dia lindo para toda a Itália, para o sistema italiano. Foi, certamente, um dia lindo para mim", afirmou Meloni na conferência de imprensa de Ano Novo, em Roma.
"Vou confessar-vos uma coisa… Entre as muitas coisas que acontecem quando ocupamos uma posição complexa, posso dizer-vos que não encontrei nestes dois anos emoção maior do que aquela que senti quando pude telefonar a uma mãe para lhe dizer que a sua filha iria regressar a casa", acrescentou.
Cecilia Sala, de 29 anos, regressou a Itália na tarde de quarta-feira, acompanhada pelo diretor dos serviços secretos italianos, Giovanni Caravelli, que se deslocou pessoalmente a Teerão para a ir buscar e foi recebida no Aeroporto de Roma Ciampino pelos pais, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani.
A jornalista, natural de Roma, é correspondente do diário italiano Il Foglio e tem também o seu próprio 'podcast'. Partiu de Itália para o Irão no dia 12 de dezembro com um visto de jornalista válido e a sua viagem de regresso a Roma estava prevista para 20 de dezembro, mas foi detida um dia antes por alegadamente "violar as leis da República Islâmica do Irão".
Após a detenção, a imprensa e analistas italianos argumentaram que o Irão estaria a usar a jornalista como moeda de troca para obter a libertação de um cidadão iraniano detido no aeroporto de Milão dias antes.
Mohammad Abedini, um engenheiro iraniano, foi detido na sequência de um pedido de extradição dos Estados Unidos, que o acusou de terrorismo e de ter fornecido à Guarda Revolucionária Iraniana informações que esta terá utilizado para realizar um ataque com drones a uma base militar na Jordânia, onde morreram três soldados norte-americanos.
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