"Exorto os grupos armados a porem termo aos combates" disse, em comunicado, o coordenador humanitário das Nações Unidas para o Líbano, Imran Riza, que também exortou as fações palestinianas a "abandonarem de imediato as escolas" do campo de refugiados que ocuparam com objetivos bélicos.
Os confrontos entre membros do movimento palestiniano Fatah e fações islamistas em Ain el Helu "impedem o acesso às escolas de quase 6.000 crianças que estão a iniciar o ano letivo", indicou Riza.
Nesse sentido, o representante da ONU recordou que os combatentes devem ainda facilitar o acesso das organizações humanitárias para "garantir a proteção e assistência, muito necessárias, às famílias" do campo de refugiados.
Após um período de uma aparente acalmia durante a manhã de hoje, os confrontos no campo recomeçaram durante o período da tarde, com menor intensidade, com um balanço de mais de 20 feridos, incluindo um membro das forças de segurança libanesas atingido na cabeça por uma bala perdida.
A agência noticiosa libanesa ANN indicou que "centenas" de pessoas foram forçadas a abandonar as instalações do campo, enquanto uma mesquita acolhia mais de 300 civis que optaram por se refugiar no local.
A violência voltou a eclodir após um mês de relativa calma no campo de refugiados, palco de intensos confrontos armados em finais de julho entre a Fatah, a maior fação político-militar da Organização de Libertação da Palestina (OLP), e fações dissidentes que provocaram pelo menos 13 mortos e 60 feridos.
Os combates de julho foram iniciados após homens armados terem tentado assassinar um combatente islamista.
Apesar de as duas partes terem anunciado um acordo no início de agosto sobre o fim das hostilidades, a tensão foi escalando progressivamente devido à recusa dos grupos islamistas em entregar os responsáveis pelo assassinato de Abu Ashraf al Armushi, um alto responsável da Fatah morto durante os combates de julho.
Mais de 470 mil refugiados palestinianos estão registados no Líbano pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA), apesar de se estimar que apenas metade ainda residem no país do Mediterrâneo oriental.
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