No seu discurso na Assembleia Geral da ONU, a primeira-ministra, que lidera uma coligação de direita e de extrema-direita em Itália, assegurou que o seu país está pronto para pôr em marcha esforços contra os "comerciantes de escravos do terceiro milénio".
"Será que uma organização como esta, que afirma, na sua carta fundadora, a sua fé na dignidade e no valor dos seres humanos, pode desviar os olhos desta tragédia?", questionou.
"Acredito que é dever desta organização rejeitar qualquer abordagem hipócrita a esta questão e lançar uma guerra sem piedade contra os traficantes de seres humanos", defendeu.
A ilha de Lampedusa, situada a menos de 150 km da costa tunisina, representa um dos primeiros pontos de chegada dos migrantes que atravessam o Mediterrâneo na esperança de entrar na Europa.
Entre segunda e quarta-feira da semana passada, cerca de 8.500 pessoas, mais do que toda a população de Lampedusa, chegaram à ilha em 199 barcos, segundo a agência de migração das Nações Unidas.
Estes migrantes provêm sobretudo de África, e nomeadamente da Tunísia, um país em dificuldades económicas, cujo Presidente, Kais Saied, fez um discurso incendiário em fevereiro sobre a imigração ilegal.
Giorgia Meloni apontou a responsabilidade das "máfias" que ganham tanto dinheiro com os migrantes como os traficantes de droga e garantiu que o seu país também olhará para as raízes deste fenómeno e ajudará os países africanos a "desenvolver-se e prosperar".
"África não é um continente pobre. Pelo contrário. É rico em recursos estratégicos", considerou.
"Queremos combater a máfia em todas as suas formas e iremos combater isto [o tráfico de migrantes] também. Este deve ser um objetivo que nos deve unir a todos", concluiu.
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