Parlamento ucraniano vota proibição da Igreja Ortodoxa ligada a Moscovo

O Parlamento ucraniano adotou hoje, em primeira leitura, um projeto de lei que proíbe a Igreja Ortodoxa com ligações ao Patriarcado de Moscovo, sob o argumento que esta instituição apoia a invasão russa da Ucrânia.

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Lusa
19/10/2023 14:25 ‧ 19/10/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia

uma decisão histórica", disse a deputada Inna Sovsoun numa mensagem publicada na rede social Facebook, acrescentando: "Para derrotar o agressor (...) temos de privar a Rússia de qualquer possibilidade de nos prejudicar".

O projeto de lei foi aprovado por 267 votos a favor, muito além da maioria exigida de 226 votos.

O texto, cuja data da segunda leitura não foi divulgada de imediato, proíbe qualquer atividade de "organizações religiosas" filiadas "ao país que realiza uma agressão armada contra a Ucrânia".

Outrora a mais popular na Ucrânia, um país com uma grande maioria ortodoxa, a Igreja visada por esta decisão tem vindo a perder os seus fiéis há vários anos, à medida que o sentimento nacional ucraniano foi conquistando popularidade face ao antigo poder russo.

Este processo acelerou-se com a criação, em 2018, de uma Igreja Ortodoxa ucraniana, independente de Moscovo, e agora ainda mais com o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

Moscovo acusa a Ucrânia de discriminar tudo o que está ligado à Rússia e justifica parcialmente a sua ofensiva militar contra o país vizinho como uma forma de defender as populações russófilas e russófonas.

De acordo com uma sondagem realizada em julho de 2022 pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, 54% dos ucranianos identificavam-se com a Igreja independente e apenas 4% com aquela que está sob controlo do Patriarcado Russo, em comparação com 42% e 18%, respetivamente, no ano anterior.

Além disso, 66% dos ucranianos eram a favor da proibição da Igreja fiel a Moscovo, de acordo com um estudo de opinião publicado em junho de 2023 pela mesma organização.

A Igreja Ortodoxa na Ucrânia ligada à Rússia anunciou, em maio de 2022, que ia cortar os seus laços com a Igreja russa, cujo patriarca, Cirilo, apoia a invasão e mantém uma relação próxima com o Presidente russo, Vladimir Putin.

Contudo, o Governo ucraniano acredita que a igreja continua dependente de Moscovo e os serviços de segurança ucranianos (SBU) acusam o líder espiritual dos Ortodoxos Russos na Ucrânia de ter "justificado a agressão armada da Federação Russa".

Leia Também: Rússia e Bielorrússia assinam plano de cooperação para 2024

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