Egito condena ameaças à passagem de combustível e estrangeiros em Rafah
O Egito condenou hoje Israel por "não permitir a passagem de combustível" para a Faixa de Gaza pela fronteira de Rafah, por onde os estrangeiros retidos no enclave também não podem ser evacuados devido às "ameaças" israelitas.
© Reuters
Mundo Israel/Palestina
Em conferência de imprensa, o diretor do Serviço de Informações do Estado e porta-voz do Governo egípcio, Dhia Rashwan, garantiu que "as autoridades israelitas continuam a insistir em não permitir a passagem de combustível" ou de "qualquer coisa para gerar energia ou eletricidade".
A Organização Mundial de Saúde alertou hoje que seis hospitais na Faixa de Gaza encerrarem por falta de combustível e outros dois suspenderam alguns serviços pelo mesmo motivo.
Denunciou ainda que a entrada de ajuda humanitária em Gaza tem sido limitada porque "as autoridades israelitas ameaçam bombardear os camiões" que atravessa para o lado palestiniano da fronteira de Rafah.
Ainda de acordo com Dhia Rashwan, os estrangeiros retidos da Faixa de Gaza também não podem ser evacuados por essa passagem devido "ameaças" das autoridades israelitas.
"Os trabalhadores da fronteira deviam proceder à evacuação destes estrangeiros, mas Israel diz que estes funcionários são terroristas e não o permitem", denunciou o porta-voz.
Por isso, prosseguiu, "o lado israelita está a ameaçar os funcionários palestinianos que geram a passagem de Rafah" e a "acusá-los de pertenceram ao Hamas", lembrando, ao mesmo tempo, que "todas as estradas da passagem são inseguras".
"As autoridades egípcias estão empenhadas em evacuar os estrangeiros de Gaza, mas Israel está a impedi-lo", insistiu Rashwan.
A 07 de outubro, as milícias do movimento islâmico Hamas, que governa Gaza desde 2007, entraram em território israelita e lançaram milhares de foguetes. Em reação, Israel lançou uma resposta militar enérgica.
Na terça-feira, as autoridades sanitárias palestinianas afirmaram que 5.300 pessoas morreram, 2.055 delas crianças, e cerca de 18.000 ficaram feridas nos ataques de retaliação israelitas em Gaza, provocados pela incursão dos militantes do Hamas no Estado judaico.
Por seu lado, o Hamas, movimento islamita que controla Gaza desde 2007 e que a União Europeia (UE) e os Estados Unidos consideram um "grupo terrorista", deu hoje conta de que morreram quase 5.800 palestinianos.
Na Cisjordânia, os confrontos com as forças israelitas e os colonos mataram mais 95 palestinianos, 28 dos quais crianças, nas últimas duas semanas.
Segundo fontes oficiais israelitas, cerca de 1.400 pessoas foram mortas em Israel desde 07 de outubro, a grande maioria na sequência dos ataques do Hamas.
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