Netanyahu admite que também deve ser responsabilizado por ataque do Hamas
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, admitiu hoje que também deverá ser responsabilizado pelas falhas de segurança que permitiram o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro, mas só depois da guerra.
© ABIR SULTAN/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
"Examinaremos detalhadamente até ao fim o que aconteceu, as falhas serão examinadas e todos serão responsabilizados, inclusive eu. Mas tudo isso acontecerá depois da guerra", disse Netanyahu num discurso à nação hoje à noite.
A confiança dos cidadãos israelitas no seu Governo encontra-se no nível mais baixo dos últimos 20 anos, segundo uma sondagem divulgada na segunda-feira.
Depois do início da guerra com o Hamas, desencadeada após o ataque surpresa efetuado a 07 de outubro pelo grupo islamita ao território de Israel, só 20,5% dos israelitas inquiridos afirmam continuar a confiar no Governo de Benjamin Netanyahu para gerir a atual crise.
O diário israelita Yedioth Ahronoth noticiou na segunda-feira que três membros do executivo, cujos nomes não foram indicados, estão a ponderar demitir-se, em resposta à incapacidade do Governo e do sistema de segurança para impedir ataques como o ocorrido a 07 de outubro e lidar com as suas consequências.
No seu discurso de hoje, o primeiro-ministro israelita abordou também a ofensiva terrestre em preparação na Faixa de Gaza.
"Estabelecemos dois objetivos: eliminar o Hamas e fazer todos os possíveis para devolver as pessoas sequestradas a casa. Estamos a preparar-nos para uma entrada por terra. Não especificarei quando ou as razões que serão levadas em conta", afirmou.
Esta declaração surge após vários jornais norte-americanos, incluindo o The Wall Street Journal, terem relatado que Israel concordou em adiar o ataque para que os Estados Unidos pudessem implantar novos sistemas de defesa aérea com vista a proteger as suas tropas destacadas no Médio Oriente.
Segundo fontes citadas pelo WSJ, o Pentágono quer implantar quase uma dúzia de sistemas de defesa aérea na região, inclusive para proteger militares norte-americanos destacados no Iraque, Síria, Kuwait, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
As autoridades norte-americanas esperam conseguir instalar essas defesas no terreno até ao final desta semana.
Oficiais norte-americanos consideram extremamente preocupantes as ameaças contra as suas tropas, acreditando que estas serão alvo de vários grupos militantes quando a incursão começar.
Até agora, no Iraque e na Síria, ocorreram pelo menos 13 ataques deste tipo, utilizando 'drones' e mísseis, que resultaram na morte de um empreiteiro norte-americano e na destruição de um 'drone' norte-americano, disseram autoridades dos EUA.
No entanto, outra fonte do Pentágono negou esta versão à rede de televisão Al-Jazeera e sublinhou que não só não teve conhecimento de qualquer pedido relacionado com estas operações, mas também que Washington não determina a hora ou a forma das operações israelitas.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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