Lynn Hastings afirmou em comunicado que os "avisos prévios" emitidos pelo exército israelita para que as pessoas se retirem das zonas que pretende atingir "não fazem qualquer diferença".
"Nenhum sítio é seguro em Gaza", afirmou Hastings, citada pela agência francesa AFP.
A guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro, que as autoridades israelitas dizem ter causado mais de 1.400 mortos.
Israel prometeu aniquilar o grupo islamita palestiniano e, desde então, tem bombardeado a Faixa de Gaza, com um saldo de mais de 6.500 mortos, segundo o Hamas.
Hasting disse que o exército israelita "continua a avisar os habitantes da cidade de Gaza de que aqueles que permanecem em casa estão a colocar-se em perigo".
Referiu que, em alguns casos, a notificação do exército israelita] "encoraja as pessoas a irem para uma zona humanitária em Al-Mawasi", situada a oeste da cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
"Para as pessoas que não podem fugir, porque não têm para onde ir ou não podem deslocar-se, os avisos precoces não fazem qualquer diferença", disse a coordenadora da ONU.
Hastings lamentou que as pessoas tenham de enfrentar escolhas impossíveis "quando as rotas de evacuação são bombardeadas, (...) quando faltam os bens essenciais à sobrevivência e quando não há garantias de regresso".
Referindo que a ONU tenciona "prestar ajuda onde quer que as pessoas estejam a precisar", Lynn Hastings recordou que "a condução de conflitos armados em qualquer lugar é regida pelo direito internacional humanitário".
"Isto significa que os civis devem ser protegidos e dispor do essencial para a sua sobrevivência, onde quer que se encontrem e quer decidam deslocar-se ou ficar", afirmou.
"Significa também que os reféns - todos os reféns - devem ser libertados imediata e incondicionalmente", acrescentou.
Mais de 200 pessoas foram raptadas em Israel durante o ataque do Hamas.
O "número dois" da ala política do Hamas, Saleh al-Arouri, afirmou que os reféns estrangeiros em Gaza "são convidados" do grupo islamita.
Quanto aos israelitas, "serão trocados" por prisioneiros palestinianos, acrescentou Al-Arouri numa entrevista a um canal da milícia libanesa Hezbollah divulgada hoje.
O Hamas libertou quatro dos reféns em duas ocasiões, duas jovens e duas idosas, por razões humanitárias.
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