Meteorologia

  • 17 NOVEMBER 2024
Tempo
14º
MIN 14º MÁX 21º

Nobel da Paz em greve de fome contra condições na prisão foi ao hospital

A iraniana vencedora do Prémio Nobel da Paz deste ano, Narges Mohammadi, foi hoje transportada para um hospital para ser submetida a exames médicos, dois dias depois de ter iniciado uma greve de fome por falta de cuidados hospitalares.

Nobel da Paz em greve de fome contra condições na prisão foi ao hospital
Notícias ao Minuto

15:58 - 08/11/23 por Lusa

Mundo Narges Mohammadi

"Narges Mohammadi foi enviada para um hospital fora da prisão depois de se ter comprovado o seu [mau] estado de saúde", informou a Direção-Geral das Prisões do Irão, citada pelo jornal iraniano Shargh.

"Devido à ausência de problemas graves, a prisioneira foi enviada de volta à prisão para continuar a sua pena", acrescentaram os serviços prisionais.

Os ativistas iranianos Alireza Khoshpat e Alieh Motalebzadeh confirmaram na rede social X (antigo Twitter) que Mohammadi foi levada ao hospital.

A ativista, de 51 anos, detida na prisão de Evin, em Teerão, foi submetida a um exame aos pulmões, que revelou "um estado normal", e a uma angiotomografia coronária, cujos resultados serão conhecidos posteriormente.

Mohammadi, que sofreu um ataque cardíaco em 2022, iniciou uma greve de fome na segunda-feira para protestar contra a falta de cuidados médicos nas prisões e a obrigatoriedade do uso do véu islâmico no país.

As autoridades iranianas negaram há duas semanas levar Mohammadi a um hospital para exames pulmonares e cardíacos porque ela se recusar a usar um véu islâmico ('hijab').

O Comité Norueguês do Nobel atribuiu no mês passado o prestigiado prémio a Mohammadi "pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos".

A Fundação Nobel relacionou o ativismo de Mohammadi com os protestos desencadeados no ano passado no Irão, após a morte, sob custódia policial, da jovem Mahsa Amini, detida por não usar corretamente o véu islâmico.

O Governo iraniano considerou a atribuição do prémio à ativista como "um ato político" e uma medida de "pressão" do Ocidente.

Mohammadi cumpre atualmente uma pena de 10 anos de prisão por "espalhar propaganda contra o Estado", mas tem entrado e saído de várias prisões iranianas nos últimos anos.

O seu ativismo custou-lhe 13 detenções, cinco penas no total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas.

A jornalista e ativista não vê os filhos, que estão em Paris, há oito anos e passou longos períodos em confinamento solitário.

Leia Também: Nobel da Paz em greve de fome contra condições na prisão e véu islâmico

Recomendados para si

;
Campo obrigatório