São Tomé. Acordo com o FMI vai obrigar a mais "medidas difíceis"
O primeiro-ministro são-tomense disse hoje que a falta de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), um ano após assumir o poder, tem condicionado a atividade económica, e as negociações vão obrigar a mais medidas difíceis para a população.
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"As difíceis e complicadas negociações com o FMI, que ainda decorrem, nos obrigarão, sem dúvida, a implementar outras medidas igualmente difíceis, para as quais o Governo tem estado a negociar e adotar todas as medidas de mitigação ao seu alcance com o propósito de reduzir ao máximo o impacto na vida das camadas mais desfavorecidas da população", disse Patrice Trovoada, numa mensagem publicada no Facebook, em balanço do primeiro ano do seu Governo.
O primeiro-ministro são-tomense referiu que a ausência de acordo com o FMI "tem condicionado a execução do programa de investimento público e continua a impactar negativamente as reservas internacionais líquidas e, por conseguinte, o nível de importações de bens e serviços, e em última instância a atividade económica" do arquipélago.
"Na ausência de apoios imediatos dos nossos parceiros, tivemos de encontrar uma solução de 'swap' de divisas, inédita e inovadora, com um banco internacional [Afreximbank] para garantir, pelo menos, a importação de combustível indispensável para a produção da eletricidade e o funcionamento da economia, enquanto envidamos todos os esforços para chegar a um acordo satisfatório com o Fundo Monetário Internacional", disse Patrice Trovoada.
O chefe do Governo referiu-se ainda a uma mesa redonda com os parceiros internacionais realizada à margem da Assembleia Geral do Banco Mundial e do FMI em Marraquexe, Reino de Marrocos, no mês passado, "para tentar mobilizar e atrair fundos imprescindíveis" ao processo de crescimento e desenvolvimento para o período de 2023 a 2026.
Segundo o primeiro-ministro "160 milhões de dólares" foram prometidos pelos parceiros bilaterais e multilaterais presentes nesta mesa redonda.
"Mais importante do que as promessas foi o reconhecimento unânime da comunidade internacional da coragem, da seriedade, da determinação e do compromisso do XVII Governo de recolocar o país nos caris do crescimento económico saudável e minimamente sustentável", referiu.
O primeiro-ministro insistiu que quando assumiu o Governo, há um ano, a inflação tinha atingido 25,2%, "e a gestão catastrófica das reservas externas do país" fez com o Banco Central "encontrava-se literalmente no vermelho no que diz respeito à disponibilidade de divisas para a importação de bens essenciais à subsistência das populações e ao funcionamento do aparelho produtivo".
Segundo o primeiro-ministro o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) "provocou mais tensões inflacionistas e um grande impacto no poder de compra dos são-tomenses" devido à complexidade da sua implementação.
Após um ano de governação, Patrice Trovoada disse que a inflação "vem conhecendo uma desaceleração, tendo descido para níveis dos 18% no passado mês de outubro, representando uma queda de sete pontos percentuais".
O líder do executivo sublinhou que o Governo tem explorado novos mercados de importação na costa africana "com bastante sucesso", o que irá "contribuir decisivamente para reduzir ainda mais a inflação em 2024, e restabelecer o poder de compra das famílias".
"Estamos hoje no bom caminho, não podemos baixar os braços e deixamos levar pelo pessimismo e pelas profecias do mal. Nunca dissemos que tudo era fácil. Devemos continuar a caminhada com espírito de trabalho, sacrifício e determinação de vencer", defendeu Patrice Trovoada.
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