"Esperamos que estejam vivos e tenham conseguido refugiar-se em locais mais seguros, mas neste momento não os podemos contactar", lamentou à agência de notícias EFE o presidente da Associação de Proprietários de Pesca do distrito sul de Barguna, Golam Mostafa Chowdhury.
Chowdhury explicou que sempre que ocorre um ciclone, os pescadores que não têm tempo suficiente para chegar à costa refugiam-se em pequenas ilhas ou nos mangais ao longo da costa do Bangladesh.
"A maioria deles costuma regressar assim que o tempo normaliza", referiu.
O ciclone Midhili atingiu terra por volta do meio-dia, horário local, nas proximidades do porto de Payra e deverá cruzar completamente a costa ao anoitecer sem causar grandes danos.
"Não é um grande ciclone. A velocidade dos ventos (...) do ciclone está entre 62 quilómetros e 88 quilómetros por hora. Esperamos que tenha atravessado a costa por completo ao anoitecer", disse à EFE o especialista do Departamento Meteorológico do Bangladesh, Abul Kalam Mallik.
As autoridades, no entanto, retiraram milhares de pessoas nas zonas mais sensíveis às fortes rajadas de vento e chuva que acompanham o ciclone.
"Realizámos uma evacuação de emergência nas áreas que se esperava serem mais afetadas. Mas o número de retirados não ultrapassou alguns milhares", disse à EFE o chefe do Programa de Preparação para Ciclones no Bangladesh, Ahmadul Haque.
Midhili é o segundo ciclone a atingir a costa do Bangladesh em menos de um mês, depois de o poderoso ciclone Hamoon ter atingido o sudeste do país no final de outubro, deixando cinco mortos.
A baía de Bengala geralmente é atingida por ciclones entre abril e maio, e entre outubro e novembro. Em maio de 2020, o superciclone Amphan causou mais de uma centena de mortes entre o Bangladesh e a Índia, numa das piores catástrofes naturais deste tipo em anos.
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