Numa conferência de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, Guterres disse esperar que este prolongamento das tréguas permita a entrega de mais ajuda à população de Gaza.
"É um vislumbre de esperança e de humanidade no meio da escuridão da guerra. E espero sinceramente que isto nos permita aumentar ainda mais a ajuda humanitária à população de Gaza que tanto sofre, sabendo que mesmo com esse tempo adicional, será impossível satisfazer todas as necessidades dramáticas da população em Gaza", disse.
Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas chegaram a um acordo para prolongar por dois dias a trégua na Faixa de Gaza, anunciaram hoje as autoridades do Qatar, país mediador das negociações.
O Hamas confirmou que a trégua com Israel na Faixa de Gaza, que expiraria na manhã de terça-feira, seria prorrogada até às 07:00 de quinta-feira (05:00 de Lisboa), depois de indicar que estava "trabalhar numa nova lista de reféns" a serem libertados.
Além de saudar a prorrogação da trégua, Guterres disse também estar "esperançoso" de que será possível fazer entrar em Gaza mais caravanas que facilitem a distribuição de ajuda humanitária ao enclave.
Questionado sobre a sua defesa de uma Autoridade Palestiniana revigorada para governar Gaza no pós-conflito, o líder da ONU afirmou que é preciso "olhar seriamente para que a transição ocorra", mas avaliou que "ainda é cedo para saber exatamente como as coisas vão acontecer".
"Mas acredito que precisamos que a Autoridade Palestiniana tenha a responsabilidade de governar em Gaza, na Cisjordânia, e de criar as condições para garantir que a solução de dois Estados avance e, desta vez, avance de uma forma irreversível", defendeu.
"Obviamente, isto irá naturalmente levar a uma Autoridade Palestiniana fortalecida. E acredito que a comunidade internacional deve estar pronta para apoiá-la", acrescentou o ex-primeiro-ministro português.
O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
[Notícia atualizada às 18h37]
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