Numa nota enviada à comunicação social, refere-se que o Presidente da 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), Sultan Al Jaber, "está determinado em entregar uma versão do texto que tenha o apoio de todas as partes" e que as negociações vão prolongar-se até às 03:00 (hora local).
A proposta mais recente foi conhecida na segunda-feira e mereceu a rejeição de vários países e da União Europeia, uma vez que não fixava qualquer objetivo comum de eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, como previam versões anteriores.
Seguiu-se uma longa noite de negociações e havia a expectativa de que um novo texto fosse apresentado na manhã de hoje, último dia da cimeira, uma vez que Al Jaber pretendia concluir os trabalhos às 11:00.
Ao final da manhã, o diretor-geral da COP28 atualizou os jornalistas, referindo que o presidente estaria a ultimar um novo rascunho do Balanço Global do Acordo de Paris, que está a ser feito pela primeira vez após oito anos da adoção, com base nas linhas vermelhas apresentadas pelas partes durante a noite.
O impasse é motivado, sobretudo, pela questão dos combustíveis fósseis, com vários países a exigir que o texto final refira a sua eliminação gradual, em linha com os objetivos do Acordo de Paris, que fixou como objetivos a redução das emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera e a limitação do aumento das temperaturas mundiais a 2 ºC acima dos valores da época pré-industrial, e de preferência que não aumentem mais de 1,5 ºC.
Seria uma decisão histórica se fosse aprovado por consenso pelos 194 Estados, mais a União Europeia, que ratificaram o acordo em 2015.
Durante as negociações, que decorrem há quase duas semanas no Dubai, chegaram a estar em cima da mesa diferentes opções de formulação que referiam a redução gradual e eliminação dos combustíveis fósseis ou apenas o fim dos chamados 'unabated', ou seja, aqueles em que não é possível a captura do carbono.
"Estamos a tentar concordar num plano para preencher as falhas entre onde o mundo se encontra e onde precisa de estar para manter os 1,5ºC ao alcance. Essa tem sido a nossa estrela do norte e parte disso passa por incluir os combustíveis fósseis no texto", disse, ao final da manhã, o embaixador Majid Al Suwaidi e diretor-geral da COP28.
"Se conseguirmos, seria histórico", acrescentou, ressalvando, no entanto, que se trata de um processo de consenso e que, acima de tudo, é necessário encontrar um equilíbrio entre os países.
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