"Tentámos repetidamente deixar claro ao Irão, tal como a outros países, que o apoio que estão a dar aos Hutis, incluindo para estas ações, tem de acabar", disse o secretário de Estado dos EUA aos jornalistas, a partir do Bahrein, no âmbito da sua deslocação ao Médio Oriente.
Blinken, que fez uma paragem em Manama, onde se encontra a Quinta Frota dos EUA, acusou Teerão de "ajudar e instigar" os rebeldes, através de "tecnologia, equipamento e informações", para levar a cabo estes ataques.
O responsável norte-americano recordou o "maior ataque" no Mar Vermelho, na terça-feira, no qual EUA e Reino Unido abateram 21 drones e aviões, numa ação reivindicada pelos rebeldes xiitas.
"É por isso que é particularmente importante que respondamos quando vemos algo como a agressão dos Hutis, que se repete, tendo como alvo a navegação no Mar Vermelho", disse Blinken, referindo que estes ataques estão a afetar navios de "mais de 40 países".
Estas ações "obrigaram a uma resposta" de vários países que se juntaram à aliança naval 'Operation Prosperity Guardian', que tem como objetivo "fazer tudo o que for possível para preservar a liberdade de navegação" no Mar Vermelho, que transporta cerca de 15% do comércio marítimo mundial.
Os EUA e outros 14 países emitiram uma declaração conjunta no início deste mês, afirmando que "os Hutis serão responsáveis pelas consequências se continuarem a ameaçar vidas, a economia global ou o livre fluxo de comércio nas vias navegáveis críticas da região".
Blinken fez este périplo pelo Médio Oriente para "garantir que o atual conflito em Gaza não se alastre", algo com que concordam todos os líderes árabes com quem o governante norte-americano se reuniu nos últimos dias.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas vota hoje uma resolução, apresentada pelos EUA, que condena e exige a cessação imediata dos ataques dos rebeldes iemenitas a navios mercantes e comerciais na zona do Mar Vermelho.
O projeto de resolução dos EUA, obtido pela The Associated Press, diz que pelo menos duas dúzias de ataques dos Huti estão a impedir o comércio global "e minam os direitos e liberdades de navegação, bem como a paz e a segurança regionais".
O objetivo da resolução é enviar uma mensagem de que os ataques à navegação comercial são inaceitáveis e devem parar.
"A liberdade de navegação e a liberdade de atividade comercial nos mares são extremamente importantes para o comércio e para a segurança nacional de vários Estados", afirmou o vice-embaixador dos EUA junto das Nações Unidas, Robert Wood.
Os Hutis, apoiados pelo Irão, que estão envolvidos numa guerra civil com o governo internacionalmente reconhecido do Iémen desde 2014, afirmaram ter lançado os ataques com o objetivo de pôr fim à ofensiva israelita na Faixa de Gaza, em curso desde 07 de outubro, na sequência dos atentados do movimento islamita Hamas em Israel.
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