"Vai ser difícil de parar" Donald Trump após vitória no Iowa

A campanha de Donald Trump para a nomeação como candidato republicano às presidenciais de novembro "vai ser difícil de parar" após a vitória esmagadora no 'caucus' do Iowa, disse à Lusa o analista político Thomas Holyoke.

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© TANNEN MAURY/AFP via Getty Images

Lusa
16/01/2024 19:15 ‧ 16/01/2024 por Lusa

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"Donald Trump tem uma liderança destacada e, à medida que as primárias republicanas vão avançando, ele vai ser difícil de parar", afirmou o cientista político.

"Mesmo com temperaturas perigosamente baixas, os apoiantes de Trump compareceram no 'caucus'", disse Holyoke, sublinhando o elevado entusiasmo da sua base. "O frio pode ter suprimido algum do apoio a [Ron] DeSantis e [Nikki] Haley", considerou.

O governador da Florida Ron DeSantis ficou num distante segundo lugar nesta votação, com 21,2% (23.420 votos) e a ex-embaixadora nas Nações Unidas Nikki Haley apareceu em terceiro, com 19,1% (21.085 votos). Trump ganhou por cerca de trinta pontos percentuais, ao garantir 51% (56.260 votos).

"Os apoiantes de Trump estavam galvanizados", reiterou Holyoke. "Ele está a mostrar essa capacidade de manter os apoiantes entusiasmados, o que lhe dá um empurrão e deprime Haley a caminho de New Hampshire", próxima paragem das primárias republicanas, já na próxima semana, adiantou.

Havia a expectativa de que Haley ficasse em segundo lugar neste 'caucus', onde o nível de participação foi muito baixo: votaram apenas 110 mil eleitores do Iowa, um estado rural profundamente conservador.

As sondagens mostravam um declínio do apoio a DeSantis e mais entusiasmo em torno de Haley, algo que acabou por não se confirmar totalmente. Ainda assim, referiu Thomas Holyoke, as tendências das sondagens bateram certo e Trump venceu por larga maioria.

A campanha de DeSantis, que há um ano era considerado o maior desafio a Trump, enquadrou os resultados como positivos. Mas o politólogo não vê motivos para isso.

"Ele não tem muitas razões para estar otimista. Tem estado a afundar-se nas sondagens e ficou num distante segundo lugar depois de atirar tudo o que tinha para cima do Iowa", salientou Holyoke.

"DeSantis fez tudo bem em termos tradicionais", referiu. "Foi o único que visitou os 99 condados do Iowa, recebeu o apoio do governador do Iowa, e ainda assim mal se safou num distante segundo lugar".

Dados os resultados, o cientista político considerou que "é difícil ver onde é que DeSantis tem uma esperança real de ser nomeado", embora a sua campanha vá continuar. "Foi uma noite terrível para ele. Não vejo onde tenha um caminho viável".

Holyoke notou que, em condições com vários candidatos competitivos, vencer no Iowa não é uma indicação de que alguém será o nomeado. Por exemplo, em 2016, foi Ted Cruz quem venceu este 'caucus', batendo Donald Trump -- que acabaria por ser o nomeado no final.

No entanto, "Trump está a concorrer como se fosse o incumbente, apesar de não o ser. Mas tem o reconhecimento de nome de um incumbente". Além disso, está a aproveitar o frenesim mediático em torno dos seus problemas legais, tendo gasto em 'tempo de antena' menos de metade do que Haley (37 milhões de dólares) e DeSantis (35 milhões) gastaram em campanha no Iowa.

Ainda assim, a análise global do 'caucus' é deturpada pelas condições em que a votação ocorreu, indicou o professor.

"A participação foi anormalmente baixa e o problema é que é difícil perceber porquê. Terá sido falta de entusiasmo entre os republicanos, apesar do entusiasmo dos apoiantes de Trump?", questionou.

"Ou foi apenas por causa do frio? Não sabemos", continuou. "Se foi falta de entusiasmo, é um sinal perigoso para o partido republicano. Mas se foi só o frio, não quer dizer muito".

O processo de nomeação continua a 23 de janeiro, dia em que decorrem as primárias no estado do New Hampshire.

Leia Também: Putin diz que derrota de Trump nas eleições em 2020 foi "falsificada"

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