Cabo Verde. Governo quer ser "implacável" no combate a tráfico de drogas

O Governo e a Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde apresentaram hoje como principal desafio o combate ao tráfico de drogas nas comunidades, afirmando querer ser "implacáveis" e alocar a esta tarefa 80% dos recursos da instituição.

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Lusa
17/01/2024 14:46 ‧ 17/01/2024 por Lusa

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Cabo Verde

Após ser empossado como novo diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde, Manuel da Lomba notou que os crimes urbanos que causam insegurança no país "têm o seu epicentro" e "causa" no tráfico e consumo de drogas que prolifera nas cidades "a olho nu".

"Urge sermos implacáveis no seu combate, para evitar a criminalidade, com uma abordagem firme e séria", afirmou o procurador da República, que assume o cargo após a demissão, em novembro, de Ivanilda Mascarenhas, que tinha sido empossada em dezembro de 2022.

Para o novo dirigente, a polícia científica "não pode dar-se por satisfeito" apenas com as detenções e apreensões das drogas efetuadas nos portos e aeroportos e "descuidar-se" do tráfico e consumo "que tem sido causa de vários outros crimes".

"Neste particular, será dado uma atenção especial ao seu combate, sem tréguas, devolvendo a paz, a segurança e a tranquilidade a todos os cabo-verdianos e contribuindo assim para uma melhor justiça", insistiu no seu discurso após ser empossado.

A ideia foi reforçada pela ministra da Justiça cabo-verdiana, Joana Rosa, que conferiu a posse, dizendo que o país precisa "dar combate à droga nos bairros, nas cidades", por entender, igualmente, que a apreensão só nos portos e aeroportos "não chega".

Para isso, afirmou que a instituição policial deve alocar cerca de 80% dos seus recursos para o combate ao tráfico de drogas, porque aí estaria a combater outros crimes conexos, como furto, roubo, lavagem de capitais.

"Portanto, a prioridade das prioridades será o combate ao tráfico de droga, e aos outros tráficos também, sem pôr em causa outros tipos penais", salientou Joana Rosa na sua intervenção, considerando, para isso, que é preciso reforçar a PJ com mais meios humanos e técnicos.

A ministra recordou, em declarações aos jornalistas, que para 2023 foi proposto o recrutamento de 18 inspetores da PJ e mais 54 para este ano, para "combater a criminalidade", mas também para repor os quadros que vão saindo da instituição.

Ainda na sua intervenção, o novo diretor da PJ prometeu dar "atenção especial" aos crimes informáticos, bem como aos crimes económico-financeiros, lavagem de capitais, corrupção e burla nas suas mais variadas modalidades.

Apesar de reconhecer que assume as funções num "momento difícil e desafiador", Manuel António Livramento da Lomba prometeu uma PJ "competente, motivada e comprometida (...), mais proativa e mais dinâmica", capaz de "sair da sua zona de conforto" para investigar e ter um "pendor internacional".

O novo responsável máximo da PJ quer ainda que a instituição se fixe na "qualidade da investigação", em vez de nos "números ou quantidades de processos decididos", e ter uma "melhor comunicação e articulação" com a Polícia Nacional (PN) e com o Ministério Público.

Depois da polémica saída da anterior diretora, cujos motivos não foram divulgados oficialmente, a ministra da Justiça reforçou a ideia de que o objetivo agora é garantir "estabilidade" na organização, criada há 31 anos.

Leia Também: Cabo Verde reafirma compromisso com o princípio de "uma só China"

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