Dacar, 20 jan 2024 (Lusa) -- O Conselho Constitucional senegalês publicou hoje uma lista final de 20 candidatos às eleições presidenciais de 25 de fevereiro, que não inclui Karim Wade, filho e ministro do ex-presidente Abdoulaye Wade.
Segundo a agência France-Presse, a lista inclui o candidato do campo presidencial, o primeiro-ministro Amadou Ba, os ex-chefes de governo e opositores Idrissa Seck e Mahammed Boun Abdallah Dionne, o ex-presidente da Câmara de Dacar Khalifa Sall, e Bassirou Diomaye Diakhar Faye, apresentado como candidato substituto ao opositor preso Ousmane Sonko.
Bassirou Faye, 43 anos, membro do partido dissolvido de Sonko, também está detido, mas ainda não foi julgado.
Ousmane Sonko, figura central num impasse que durou mais de dois anos com o Estado e que deu origem a vários episódios de agitação com dezenas de vítimas mortais não aparece na lista, como era de esperar. Popular entre os jovens, esteve entre os favoritos às eleições presidenciais.
Considerado culpado em junho de devassidão de uma menor e condenado a dois anos de prisão, foi preso no final de julho do ano passado por outras acusações, incluindo apelo à insurreição, associação criminosa relacionada com uma empresa terrorista e atentado contra a segurança do Estado.
Sonko denunciou uma conspiração para impedi-lo de participar nas eleições presidenciais de fevereiro de 2024, o que o Governo nega.
O Presidente senegalês, Macky Sall, eleito em 2012 por sete anos e reeleito em 2019, anunciou em julho passado que não se candidataria à reeleição em fevereiro de 2024, e escolheu o primeiro-ministro, Amadou Ba, para lhe suceder.
Na lista provisória publicada em 13 de janeiro, pelo Conselho Constitucional, já não constava Ousmane Sonko, cuja candidatura foi considerada incompleta.
A defesa de Sonko anunciou que ia apresentar um recurso à decisão do Conselho Constitucional, confirmou à agência noticiosa espanhola Efe um dos seus advogados, o franco-espanhol Juan Branco.
Segundo Branco, caso, "como parece previsível", Sonko não conste da lista final de candidatos a publicar pelo Conselho Constitucional, a defesa irá apresentar um novo recurso junto do órgão.
Em novembro de 2023, e perante a previsível exclusão de Sonko, o partido que lidera, Patriotas do Senegal para o Trabalho, Ética e Fraternidade (Pastef), anunciou a decisão de promover outro candidato presidencial.
Assim, o Pastef, dissolvido pelas autoridades em julho, nomeou o secretário-geral e "número dois" do partido, Bassirou Diomaye Faye, que teve de se registar como independente, como seu candidato e que constava da lista provisória.
A antiga primeira-ministra Aminata Touré, que chegou a ser próxima do Presidente Macky Sall -- a terminar o segundo mandato e impedido de concorrer -, mas que depois se juntou à oposição, também anunciou a sua candidatura.
Leia Também: Karim Wade já se tornou elegível para as presidenciais do Senegal