Kyiv insta Cruz Vermelha a esclarecer se avião russo levava prisioneiros
O provedor de Justiça ucraniano, Dmytro Lubinets, formalizou hoje um pedido à Cruz Vermelha para que esclareça se foi informada por Moscovo de que prisioneiros ucranianos iam ser transportados no avião militar que caiu em Belgorod.
© STRINGER/AFP via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Moscovo afirma que 65 prisioneiros de guerra ucranianos que seriam trocados naquele mesmo dia morreram no incidente, juntamente com três soldados russos que os guardavam e seis tripulantes.
Segundo a versão russa, o avião foi abatido perto da aldeia russa de Yablonovo, a 45 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, na região de Belgorod por mísseis disparados pela Ucrânia, que não confirmou nem negou esta afirmação.
Kiev acredita que o avião não transportava prisioneiros de guerra, mas sim mísseis.
"Quero receber uma resposta oficial do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) sobre se a Federação Russa informou que transportaria prisioneiros de guerra ucranianos desta ou daquela forma", frisou Lubinets, em declarações à Liberty.
O Provedor de Justiça de Kiev observou que as partes envolvidas nas trocas de prisioneiros são legalmente obrigadas a informar a Cruz Vermelha sobre como são transferidos para o local de troca.
Lubinets também insistiu hoje que a Rússia não comunicou oficialmente quaisquer nomes dos 65 prisioneiros de guerra ucranianos que morreram no incidente.
Segundo os serviços secretos ucranianos, a Rússia ainda não forneceu qualquer informação sobre as alegadas vítimas ucranianas do incidente.
Segundo o porta-voz das informações ucranianas, Andri Yusov, as autoridades russas deveriam ter informado o CICV sobre a identidade e o estado de saúde dos prisioneiros que supostamente seriam trocados.
Yusov frisou também que a aeronave também deveria transportar diversas figuras relevantes da esfera política e militar russa, mas acabaram por não embarcar.
O Presidente russo Vladimir Putin acusou hoje as forças ucranianas de abaterem por "engano ou deliberadamente" um avião de transporte militar Il-76 na zona fronteiriça, acrescentando que os serviços secretos do Exército ucraniano sabiam que iam a bordo 65 militares ucranianos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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