Netanyahu recusa libertar "milhares de terroristas" em troca de reféns
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recusou hoje a libertação de "milhares de terroristas" em troca dos reféns em poder do Hamas, no quadro de um acordo de cessar-fogo que está a ser atualmente analisado.
© Reuters
Mundo Israel/Palestina
"Não retiraremos as Forças de Defesa de Israel [FDI] da Faixa de Gaza e não libertaremos milhares de terroristas. Nada disso vai acontecer. O que vai acontecer? Uma vitória total", afirmou Netanyahu durante uma reunião com estudantes numa academia militar.
O encontro realizou-se um dia depois de os meios de comunicação social israelitas terem noticiado que o Governo de Israel tinha aceitado uma proposta negocial com vista à libertação de centenas de prisioneiros em troca de cada refém mantido em cativeiro na Faixa de Gaza pelo Hamas.
Netanyahu, que respondia a propósito das duas das principais exigências do grupo islamita palestiniano Hamas, afirmou que a atual ofensiva em Gaza "não é mais uma ronda, não é mais uma troca de tiros, não é mais uma operação".
"Vitória total. Nada menos do que isso. Estou empenhado nisso, os nossos militares estão empenhados nisso e a maioria absoluta da população está empenhada nisso. Não aceitaremos nada menos do que uma vitória total", insistiu o governante, reafirmando que a guerra só terminará quando Israel "atingir todos os objetivos".
Para Netanyahu, citado pelo diário The Times Of Israel, todos os objetivos passam pela eliminação do Hamas, conseguir fazer regressar todos os reféns e ainda pela promessa de que Gaza não voltará a constituir uma ameaça para o povo israelita.
Pouco antes, o líder da ala política do Hamas, Ismail Haniye, confirmou que o grupo tinha recebido uma proposta de cessar-fogo e sublinhou que estava a "estudar" o documento, em plena ofensiva lançada pelo exército israelita contra a Faixa de Gaza, na sequência dos ataques perpetrados pelo grupo islamita contra Israel a 07 de outubro.
Haniye afirmou que o grupo "recebeu a proposta que circulou durante a reunião de Paris sobre a cessação da agressão e a libertação dos prisioneiros".
"Estamos a estudá-la para podermos enviar uma resposta, tendo em conta que a prioridade deve ser o fim da agressão brutal contra Gaza e a retirada total das forças de ocupação presentes na Faixa de Gaza", acrescentou.
O responsável do Hamas referia-se ao documento preparado durante uma reunião organizada no fim de semana passado na capital francesa entre representantes dos Estados Unidos, Israel, Qatar e Egito para tentar chegar a um acordo entre as partes sobre um cessar-fogo e a libertação dos reféns detidos pelo grupo islamita palestiniano.
Os ataques sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, causaram cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva no território palestiniano que causou mais de 26 mil mortos, segundo dados das autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas desde 2007.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, pelo menos 370 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.
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