"Peço perdão àqueles que magoei. Hoje dirijo-me a vós pela última vez como Presidente. Demito-me do cargo", disse Novák num vídeo transmitido pela televisão estatal, depois de ter regressado mais cedo de uma visita ao Qatar.
A chefe de Estado, antiga ministra da Família e próxima do primeiro-ministro, o ultranacionalista Viktor Orbán, reconheceu que "cometeu um erro" ao perdoar um diretor-adjunto de um lar de crianças cujo diretor abusou de vários menores durante anos.
Pouco depois do anúncio de Novák, a antiga ministra da Justiça Judit Varga, que assinou o polémico perdão no ano passado, anunciou que se vai retirar da política.
"Assumo a responsabilidade política de ter assinado o perdão. Vou retirar-me da vida pública", anunciou a antiga ministra da Justiça, que também é muito próxima de Orbán.
Varga acrescentou que vai igualmente abandonar o parlamento húngaro e que não vai liderar a lista do partido no poder, o Fidesz, nas eleições europeias de junho, como estava previsto.
O controverso indulto, concedido em abril de 2023, por ocasião da visita do Papa Francisco a Budapeste, foi revelado pela imprensa na semana passada.
Na sexta-feira à noite, milhares de húngaros manifestaram-se em frente ao palácio presidencial, no Castelo de Buda, exigindo a demissão de Novák, afirmando que ela já não é digna do cargo.
O cargo presidencial na Hungria tem sobretudo características representativas, mas inclui a assinatura de indultos para prisioneiros, sob proposta do Governo.
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