"Durante muitos anos, o regime de Putin tentou silenciar os líderes da Memorial e de outras importantes organizações da sociedade civil na Rússia, e está agora a usar a guerra na Ucrânia como pretexto para terminar o trabalho", afirmou o presidente do Comité Nobel na Noruega, Jorgen Watne Frydnes.
O opositor Oleg Orlov, ativista dos direitos humanos na Rússia, foi condenado na terça-feira a dois anos e meio de prisão por um tribunal de Moscovo por criticar a invasão da Ucrânia.
"O tribunal decidiu considerar Orlov culpado e impôs uma pena de dois anos e seis meses numa (...) colónia penal", disse o juiz no seu veredicto, segundo um jornalista da agência de notícias AFP presente na audiência.
"Acusam-nos de desacreditar (o Exército), sem explicar do que se trata nem de como isso difere da crítica legítima. Acusam-nos de espalhar intencionalmente informações falsas sem nos preocuparmos em provar a sua falsidade", disse Orlov na sua última declaração antes do veredicto.
Orlov lembrou que está a ser julgado por um artigo em que qualificou o atual regime político de "totalitário e fascista", algo que, face ao que aconteceu nos últimos meses, incluindo a morte na prisão do opositor Alexei Navalny, disse não ter sido "nem um pouco exagerado".
Em dezembro de 2021, os tribunais russos extinguiram a Memorial International e a Memorial Human Rights Center, que investigavam a história da União Soviética, por criarem uma "falsa imagem da URSS como um Estado terrorista".
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