China com medidas contra criminalidade juvenil após morte de adolescente

Três províncias chinesas decidiram implementar medidas para reforçar a proteção dos menores e combater a delinquência juvenil, após a morte de um adolescente na província de Hebei, que desencadeou uma reflexão sobre 'bullying' no país.

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© Qilai Shen/Bloomberg via Getty Images

Lusa
21/03/2024 08:06 ‧ 21/03/2024 por Lusa

Mundo

China

Em Guizhou (centro), realizou-se uma videoconferência governamental para debater a situação de menores em situações difíceis e medidas de reforço da proteção da família, da escola e da comunidade, segundo o jornal oficial Global Times.

Esta província conta com uma grande população de "crianças que ficaram para trás", expressão usada na China em referência aos filhos do vasto exército de trabalhadores rurais migrados nas cidades e que são criados pelos avós.

As províncias de Sichuan (centro) e Yunnan (sul) convocaram também reuniões para promover uma campanha especial contra crimes que afetam as crianças, além de sublinharem a importância de investigações minuciosas, da cooperação entre agências e da eliminação de lacunas legais.

O caso na cidade de Handan, na província de Hebei (centro), chocou a sociedade chinesa e provocou uma manifestação de pesar em redes como o Weibo, equivalente ao X (censurado na China), onde muitos comentários apelavam a "punições severas", apesar da idade dos detidos, que eram colegas de turma da vítima.

China. Três menores detidos pela morte de colega de escola

População quer que suspeitos sejam castigados como sendo adultos.

Notícias ao Minuto | 13:55 - 18/03/2024

O jovem de 13 anos foi morto e enterrado pelos seus três colegas de turma, que se encontram atualmente sob custódia policial.

O rapaz era vítima de abuso na escola e a investigação aponta para homicídio intencional.

Nos últimos dias, o caso gerou mais de 120.000 discussões no Weibo, tendo muitos utilizadores manifestado preocupação com a criminalidade entre adolescentes e a segurança nas escolas.

Os três adolescentes detidos têm menos de 14 anos e, de acordo com a lei chinesa, os maiores de 12 anos e menores de 14 só podem ser processados criminalmente se for autorizado pelo Supremo Tribunal Popular.

O advogado Meng Bo disse ao jornal Global Times que as escolas devem "criar sistemas especializados para prevenir o assédio sexual e a intimidação" nos espaços escolares, adotar uma atitude de "tolerância zero" em relação aos infratores e prever medidas de apoio às vítimas.

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