Em conferência de imprensa, Naledi Pandor apelou também às organizações multilaterais no sentido de pressionarem Israel a pôr fim ao que qualificou de "genocídio no enclave sitiado".
Em outubro, o Governo sul-africano considerou "lamentável" a morte de mais de 700 civis, incluindo mulheres e crianças, pelo grupo extremista palestiniano Hamas em território israelita, mas sem condenar o ataque dizendo tratar-se de uma "causa de pessoas oprimidas".
Recentemente, o governo sul-africano acusou o governo israelita no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) de perpetrar um "genocídio" na Faixa de Gaza.
"O ANC agiu em solidariedade com aqueles que lutam pela justiça e pela autodeterminação, nomeadamente os palestinianos. O ANC apoiou ativamente o governo sul-africano nos seus esforços para trazer justiça e autodeterminação ao povo palestiniano", salientou a chefe da diplomacia da África do Sul.
Naledi Pandor apresentava à imprensa o manifesto eleitoral do Congresso Nacional Africano (ANC), que governa há 30 anos o país, desde o fim do regime de 'apartheid'.
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da África do Sul referiu que o documento se centra na "construção de uma África melhor e de um mundo melhor".
Sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, afirmou que Pretória está "a pressionar os dois países para uma mesa-redonda para encetarem negociações de paz".
A África do Sul, criticada pela sua neutralidade ao recusar condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia, reforçou no passado a proximidade com Moscovo ao declarar-se "amiga", durante um encontro dos chefes da diplomacia dos dois países, em Pretória, que antecedeu a realização de exercícios navais conjuntos com as marinhas russa e chinesa na costa leste do país.
A governante sul-africana, membro do ANC, disse ainda que o Congresso Nacional Africano defende a reforma urgente das Nações Unidas (ONU) e das suas instituições.
Pretória apelou também à paz na República Democrática do Congo (RDC), no âmbito das missões de paz da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Questionada sobre a participação do Presidente Cyril Ramaphosa na cerimónia que assinala o genocídio contra Tutsis, no Ruanda, no domingo, a governante sul-africana respondeu: "Acho que nunca fizemos perguntas quando se trata de atos para lembrar o holocausto, mas quando é sobre o genocídio no Ruanda, colocamos questões".
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