"Isto deveu-se a uma quebra nos inventários das empresas e aos prazos de entrega mais curtos, o que anulou as expansões nas novas encomendas e no emprego", lê-se no estudo.
Este índice tinha subido em fevereiro (50,7 pontos), pela primeira vez em cinco meses, registando então o maior crescimento desde julho de 2023, mas voltou em março a terreno negativo (49,7 pontos).
No estudo aponta-se, ainda assim, para "níveis estáveis de atividade empresarial em março", depois de fevereiro "ter assistido à primeira recuperação mensal desde outubro de 2023".
"O declínio no crescimento de novos negócios fez com que as empresas deixassem os seus volumes de produção inalterados, e registassem um menor grau de confiança em relação à previsão para o próximo ano", acrescenta-se.
Contudo, as empresas "continuaram a aumentar os seus níveis de emprego e a atividade de aquisição em março", e as expansões "ajudaram as empresas a reduzir o seu trabalho pendente, após um aumento em fevereiro".
"Os preços dos meios de produção subiram pelo segundo mês consecutivo, mas a taxa de inflação permaneceu fraca. Os preços de venda continuaram a aumentar a um ritmo ligeiro", aponta-se ainda.
Indicadores do PMI acima de 50,0 pontos apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, ao passo que indicadores abaixo desse valor mostram uma deterioração.
Citado no estudo divulgado hoje, Fáusio Mussá, economista-chefe do Standard Bank Moçambique, comentou que a "produção permaneceu inalterada em março, mas os níveis de stock das empresas caíram, o que aponta para uma fraca procura agregada, mas também para constrangimentos do lado da oferta".
"O PMI de março sinaliza uma fraca atividade económica no final do primeiro trimestre deste ano, com contrações nos setores da manufatura e do comércio, mas com a agricultura e os serviços em geral a crescerem. O subíndice de expetativas futuras permaneceu em território positivo, mas registou uma descida para um mínimo de seis meses em março, o que sugere que os fenómenos climáticos recorrentes, assim como os atrasos na implementação dos projetos de gás natural liquefeito (GNL) em Cabo Delgado têm impactado a confiança dos empresários", descreve Mussá.
O Purchasing Managers Index (PMI) publicado mensalmente pelo Standard Bank resulta das respostas de diretores de compras de um painel de cerca de 400 empresas do setor privado.
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