"Shukri apelou aos seus homólogos iraniano e israelita [Hosein Amir Abdolahian e Israel Katz, respetivamente] para que exerçam o mais alto nível de autocontenção e se abstenham de políticas arriscadas e de provocações mútuas, que aumentariam a tensão e a instabilidade no Médio Oriente", declarou o porta-voz egípcio dos Negócios Estrangeiros, Ahmed Abu Zeid, em comunicado.
O chefe da diplomacia egípcia transmitiu aos dois colegas a disponibilidade do Egito para "intensificar os esforços", em cooperação com o Irão e Israel, para desativar a atual crise, que "está a escalar perigosamente, especialmente porque coincide com a crise na Faixa de Gaza e com o sofrimento diário do povo palestiniano".
Esta escalada, disse Shukri, "tornou-se uma séria ameaça à segurança e à estabilidade na região".
Num outro comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio informou que Sameh Shukri também manteve hoje uma conversa telefónica com o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken para discutir o lançamento de 'drones' iranianos contra alvos israelitas na noite passada.
Reiterou nos dois telefonemas a "posição firme" do Egito (o mais recente palco das conversações para a trégua em Gaza) em "exigir um cessar-fogo em Gaza, facilitar a entrada de ajuda humanitária e rejeitar qualquer tentativa de deslocar os palestinianos das suas terras".
O ministro sublinhou ainda "a vontade do Egito de coordenar com os Estados Unidos a contenção da atual crise entre o Irão e Israel", refere o comunicado.
O Médio Oriente vive um momento de tensão acrescida depois de o Irão ter lançado mais de 300 drones, mísseis e mísseis balísticos contra Israel na noite passada, o primeiro ataque deste tipo a partir de solo iraniano.
Israel - com a ajuda dos Estados Unidos, do Reino Unido e da vizinha Jordânia - conseguiu intercetar 99% destes mísseis, a maioria fora do espaço aéreo israelita, pelo que a ofensiva iraniana não causou mortos, mas deixou uma menina de sete anos gravemente ferida por estilhaços e danos ligeiros numa base da força aérea no sul do país.
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