ONU na RCA pede que parem "imediatamente as hostilidades" contra civis
A missão das Nações Unidas na República Centro-Africana afirmou hoje que cerca de 30 civis foram mortos em 12 dias no país e instou os rebeldes e as milícias de autodefesa a "cessarem imediatamente as hostilidades".
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Mundo ONU
A guerra civil que o país enfrenta, desde 2013, diminuiu consideravelmente de intensidade desde 2018, mas transformou-se, progressivamente, em confrontos dispersos e esporádicos entre movimentos armados rebeldes por um lado, e, por outro, o exército, com os seus apoiantes russos do grupo Wagner, e certas milícias de autodefesa que lhes servem de auxiliares.
A Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) "condena veementemente os assassinatos desprezíveis de cerca de 30 civis em ataques" entre 02 e 14 de abril no sudeste, sul e oeste do país, declarou em comunicado a entidade.
A MINUSCA, que chegou em 2014, conta atualmente com cerca de 14.000 soldados da paz.
"Em Lime (noroeste), em 02 de abril, alegados elementos (do movimento rebelde) 3R (Retorno, Recuperação e Reabilitação) massacraram 24 civis, incluindo mulheres e crianças", declarou a missão, sem dar mais pormenores.
"Os corpos de três civis e o de uma quarta pessoa foram encontrados" a 13 de abril "por habitantes da aldeia de Tabane", perto de Zémio, no sudeste, segundo a MINUSCA.
"No dia 14 de abril (...), a Força descobriu corpos na aldeia de Pologbota", a cerca de 300 quilómetros a oeste, acrescentou, sem especificar o número ou as circunstâncias das suas mortes.
"A MINUSCA insta os grupos armados e os grupos de auto-defesa (...) a cessarem imediatamente as hostilidades e a violência, cujas principais vítimas são os civis", concluiu.
"A situação de segurança deteriorou-se nas últimas semanas" na prefeitura de Haut-Mbomou, onde se situa Zémio, "com ataques registados contra civis", lamentou a missão, que tem contingentes de forças de paz marroquinas e portuguesas na região.
Em dezembro de 2020, o Presidente da RCA, Faustin-Archange Touadéra, pediu a Moscovo que viesse em socorro face aos rebeldes que marchavam sobre Bangui, a capital, e centenas de paramilitares do grupo Wagner vieram reforçar as centenas já presentes, para repelir a rebelião.
Desde então, as organizações não-governamentais internacionais e a ONU acusam os rebeldes, o exército centro-africano e os paramilitares Wagner de cometerem regularmente crimes e abusos contra civis.
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