O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que as forças russas "estão a melhorar a sua posição na linha da frente" e sublinhou que "em geral, a dinâmica é agora absolutamente clara para todos".
Nas suas declarações, o representante do Kremlin referiu-se à decisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos de apoiar a atribuição de novos fundos, no valor de 57,2 mil milhões de euros, para ajudar a Ucrânia, adotada no sábado.
"O dinheiro e as armas que vão ser fornecidos não vão alterar esta dinâmica", disse Peskov, acrescentando que estes fundos "vão provocar novas vítimas entre os ucranianos".
"A Ucrânia sofrerá perdas maiores", afirmou Peskov, sublinhando que grande parte do dinheiro "ficará, de uma forma ou de outra, nas mãos dos próprios americanos".
"Os Estados Unidos ficarão mais ricos e obterão dividendos adicionais, fornecendo assim ajuda à Ucrânia", afirmou, de acordo com a agência noticiosa russa TASS.
Neste sentido, criticou o projeto norte-americano de apropriação dos bens russos congelados no país, no valor de cerca de 6 mil milhões de euros, e advertiu que estas medidas serão objeto de "processos judiciais".
"Estamos muito céticos em relação a isto, porque não é mais do que a destruição de todas as bases do sistema económico (...) Isto não pode, de forma alguma, ser visto como uma ação legal. É ilegal e, por conseguinte, será objeto de medidas de retaliação e de processos judiciais", advertiu.
No entanto, admitiu que uma ação judicial deste tipo "seria muito complexa", mas "causará sérios danos à economia e aos interesses dos EUA".
"Se estas medidas forem para a frente, é claro que muitos investidores pensarão dez vezes antes de investir em produtos económicos americanos", afirmou.
As autoridades russas anunciaram hoje progressos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, onde afirmaram ter "libertado" a cidade de Novomikhailovka, de acordo com uma declaração do Ministério da Defesa russo na sua conta do Telegram.
Novomykhailivka fica a cerca de 30 quilómetros de Donetsk e não muito longe de Vugledar, uma cidade na junção das frentes sul e leste que a Rússia tenta conquistar há dois anos.
Algumas das unidades das forças de assalto foram derrotadas pelas brigadas ucranianas em áreas de Belogorovka, mas as forças russas conseguiram lidar com vários grupos de assalto em Bogdanovka e Pobreda, também em Donetsk.
"As forças ucranianas perderam cerca de 410 soldados, nove veículos e artilharia, bem como um depósito de armas e uma estação a partir da qual conduziam a guerra eletrónica", acrescentou o Governo russo.
As forças russas afirmam regularmente ter capturado aldeias e estão a tomar a iniciativa, enquanto o exército ucraniano enfrenta uma escassez de munições e de novos recrutas.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.
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