Se centenas de opositores, militantes e russos comuns foram detidos por errem expressado o seu desacordo com o ataque russo à Ucrânia, este foi o primeiro caso de alguém condenado por ter respondido a perguntas de jornalistas.
Iouri Kokhovets foi considerado culpado por um tribunal de Moscovo de ter "desacreditado o exército" e condenado a cinco anos de prisão, assinalaram os meios independentes SOTAVision e Mediazona e a organização não-governamental OVD-Info.
Kokhovets tinha respondido espontaneamente, em julho de 2022, a um pedido de declarações feito pela Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL) junto de transeuntes nas ruas de Moscovo e criticado abertamente os dirigentes russos, bem como a invasão da Ucrânia.
Questionado à saída de uma estação de metro, estimou que o presidente e o governo russo eram "bandidos" responsáveis pelo conflito e contrariou os argumentos do Kremlin para justificar a invasão.
Na ocasião, acusou ainda os militares russos de terem "abatido sem razão" civis em Boutcha, uma localidade perto de Kiev, que foi palco de um massacre imputado às tropas de Moscovo, no início da ofensiva russa, em 2022.
Leia Também: Ucrânia. Tribunal russo condena porta-voz da Meta à revelia