"Estimámos que há 37 milhões de toneladas de detritos, ou seja, cerca de 300 quilos de detritos por metro quadrado" na Faixa de Gaza, que antes da guerra era densamente povoada e urbanizada, explicou Pehr Lodhammar, responsável da UNMAS, a agência das Nações Unidas responsável pela desminagem.
Partindo do pressuposto da utilização de uma centena de camiões, "seriam necessários 14 anos para a desminagem", sublinhou Pehr Lodhammar, durante a conferência de imprensa regular da ONU em Genebra.
O responsável do Serviço de Ação Antiminas das Nações Unidas sublinhou que as munições não deflagradas estão misturadas com os escombros, o que torna a tarefa muito mais difícil.
Lodhammar estimou que "pelo menos 10%" das munições disparadas durante um conflito não explodem, constituindo assim uma ameaça duradoura para as pessoas e equipas responsáveis pelas buscas para recuperar os corpos das vítimas, bem como para os trabalhadores envolvidos na limpeza dos escombros.
O representante referiu que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e organizações não-governamentais reuniram-se recentemente em Amã para discutir a melhor forma de lidar com estes escombros misturados com explosivos.
"O objetivo é prepararmo-nos para o que pode acontecer e para uma intervenção em Gaza", disse.
O responsável recordou que já lidou com o mesmo tipo de problema no Iraque,. "mas em menor escala".
No enclave palestiniano, "65% dos edifícios destruídos são residenciais", estimou.
A 07 de outubro, o Hamas levou a cabo um ataque sem precedentes no sul de Israel, que causou a morte de 1.170 pessoas, sobretudo civis, e fez cerca de 250 reféns.
Em resposta, Israel prometeu aniquilar o movimento islamita palestiniano, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva que já provocou mais de 34.300 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007.
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