"Ao interferir com o sinal GPS, a Rússia viola os regulamentos de rádio da União Internacional das Telecomunicações (UIT), segundo os quais é proibido causar interferências", disse o chefe da diplomacia da Estónia, Margus Tsahkna.
O pedido estónio surgiu depois de a companhia aérea finlandesa Finnair ter anunciado na segunda-feira que ia suspender os voos diários para Tartu, a segunda maior cidade da Estónia, até 31 de maio.
A Finnair tomou a decisão depois de dois dos seus aviões terem sido obrigados a regressar a Helsínquia, uma vez que a interferência do GPS impediu a aproximação a Tartu.
Em declarações à emissora pública estónia Estonian Public Broadcasting, Tsahkna descreveu a interferência no GPS como um "ataque híbrido" ao espaço aéreo da Estónia.
"A Rússia sabe muito bem que a interferência que está a causar é muito perigosa para o nosso tráfego aéreo", disse Tsahkna, segundo a agência espanhola EFE.
O ministro disse que as autoridades estónias estão a trabalhar para encontrar soluções que permitam restabelecer a segurança do tráfego aéreo em Tartu.
Acusou também a Rússia de violar convenções internacionais de que é parte.
"Trata-se de uma ação deliberada que está a perturbar as nossas vidas e a pôr em perigo a vida das pessoas", acrescentou.
Segundo um comunicado da Finnair, o serviço suspenso para Tartu era o único voo internacional para a cidade universitária de mais de 97.000 habitantes, que é também a Capital Europeia da Cultura em 2024.
O diretor de operações da Finnair, Jari Paajanen, disse que a maioria dos aeroportos utiliza métodos de aproximação alternativos, mas alguns, como Tartu, apenas usam métodos que requerem um sinal GPS de reserva.
"A interferência do GPS em Tartu obriga-nos a suspender os voos até que sejam encontradas soluções alternativas", acrescentou.
As companhias aéreas e os pilotos privados que voam no leste do Báltico registaram um aumento significativo das interferências GPS desde 2022, o início da invasão russa na Ucrânia, segundo a EFE.
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