"Agora [Putin] diz que o preço da paz é permitir que a Rússia ocupe ainda mais território ucraniano", disse na sexta-feira a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, citada pela agência de notícias EFE.
"Não há nenhum país no mundo que possa dizer seriamente que isto é aceitável ao abrigo da Carta da ONU, do direito internacional, da moralidade básica ou do bom senso", disse Adrienne Watson.
A presidência dos EUA destacou que Putin não demonstrou qualquer interesse em "negociar de boa fé" e garantiu que o país continuará a apoiar a Ucrânia na sua defesa contra a agressão russa.
"Trabalharemos com a comunidade internacional para estabelecer as condições para uma paz justa e duradoura, de acordo com os princípios de soberania e integridade territorial da Carta das Nações Unidas", disse Watson.
"Um mundo em que a Rússia pode redesenhar fronteiras com base nos seus caprichos é um mundo em que os Estados Unidos são menos seguros e em que ditadores e autocratas são encorajados em todo o lado", alertou a porta-voz.
Na sexta-feira, Putin prometeu ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se Kiev começasse a retirar as tropas das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, anexadas por Moscovo em 2022, e renunciasse aos planos de adesão à NATO.
Estas reivindicações constituem uma exigência de facto para a rendição da Ucrânia, cujo objetivo é manter a sua integridade territorial e soberania, mediante a saída de todas as tropas russas do seu território, além de Kiev pretender aderir à aliança militar.
Mykhailo Podoliak, conselheiro da Presidência ucraniana, desvalorizou na sexta-feira a proposta do Presidente russo, descrevendo-a como "contrária ao bom senso".
"Não existem novas propostas de paz por parte da Rússia. A entidade Putin simplesmente formulou o 'pacote padrão do agressor' que já ouvimos muitas vezes", disse Podoliak, na rede social X (antigo Twitter).
Também o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou na sexta-feira que a proposta do Presidente russo "não foi feita de boa-fé" e que é, pelo contrário, no sentido de "mais agressão" da Ucrânia.
Vladimir Putin proclamou a anexação das quatro regiões do leste e do sul da Ucrânia em setembro de 2022, para além da anexação da Crimeia em 2014. O líder russo especificou que a Ucrânia deve entregar todos estes territórios, apesar de Moscovo apenas os ocupar parcialmente.
A proposta de Putin surgiu na véspera da Cimeira da Paz, organizada pela Suíça, que vai reunir hoje e amanhã dezenas de líderes mundiais - mas não de Moscovo - para tentar traçar os primeiros passos para a paz na Ucrânia.
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