"Posição de força". Londres exorta Zelensky a definir condições de paz

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, exortou hoje o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a apresentar as suas condições de paz com a Rússia "a partir de uma posição de força".

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© URS FLUEELER/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
15/06/2024 20:13 ‧ 15/06/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Durante a Cimeira para a Paz na Ucrânia, que hoje começou nos arredores da cidade suíça de Lucerna, Sunak acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de não ter "qualquer interesse numa paz genuína" e de ter lançado uma campanha de dissuasão para manter outros países fora da cimeira.

"Devemos perguntar à Rússia por que razão se sente tão ameaçada por uma cimeira que aborda os princípios básicos da integridade territorial, da segurança alimentar e da segurança nuclear", afirmou.

"A partir de uma posição de força, temos de trabalhar com o Presidente Zelensky para estabelecer os princípios de uma paz justa e duradoura, com base no direito internacional e na Carta das Nações Unidas", acrescentou.

Para Sunak, este é o caminho para um verdadeiro cessar-fogo e Londres irá mostrar também aos ucranianos que os apoiará quando estiverem prontos para negociar.

De acordo com o primeiro-ministro britânico, Putin tentou espalhar uma "falsa narrativa sobre a sua vontade de negociar", mas na realidade o que pretende é a rendição incondicional dos ucranianos, algo que "nunca irá acontecer".

"Queremos acabar com o sofrimento, queremos ver o fim desta guerra e queremos fazer com que este seja o dia em que o caminho para uma paz justa e duradoura na Ucrânia esteja muito mais próximo", afirmou.

Na sexta-feira, Vladimir Putin prometeu ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se Kiev começasse a retirar as tropas das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, anexadas por Moscovo em 2022, e renunciasse aos planos de adesão à NATO.

A Suíça acolhe entre hoje e domingo a Cimeira para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.

O objetivo da reunião, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, é "inspirar um futuro processo de paz", tendo por base "os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional".

Zelensky manifestou-se convicto de que "vai ser feita história" na Cimeira para a Paz, fazendo votos para que os esforços conjuntos a nível global garantam uma "paz justa tão cedo quanto possível".

A Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano desde a ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022.

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