Centenas de pessoas prestaram, este domingo, uma última homenagem a Alice da Silva Aguiar, a menina portuguesa que morreu num ataque à faca durante uma aula de dança em Southport, Inglaterra.
A criança, de nove anos, não resistiu aos ferimentos provocados no ataque de 29 de julho e morreu no hospital no dia seguinte. Outras duas meninas, de sete e seis anos, também morreram no ataque, que provocou ainda ferimentos a oito menores e dois adultos.
Segundo a BBC, o funeral de Alice contou com a presença de cerca de 300 pessoas, que se reuniram na Igreja Católica de St Patrick, em Southport. Ao redor do local, foram colocados fitas e balões cor-de-rosa em postes de iluminação e muros de jardins.
Numa declaração lida em seu nome, os pais de Alice - Sérgio e Alexandra - afirmaram que a menina tinha sido "a filha de sonho perfeita" e que nunca irão "ultrapassar a dor".
"Eras a nossa filha de sonho perfeita, tudo era perfeito desde o momento em que chegaste. Uma boa rapariga, com valores fortes e uma natureza bondosa, uma amante dos animais e uma ambientalista em formação", afirmaram, acrescentando que Alice era "brincalhona, enérgica, simpática e sempre tão respeitadora".
"Não gritar é uma regra da casa que aplicaste, uma grande tarefa para uma menina pequena, especialmente numa casa portuguesa", acrescentaram.
Jinnie Payne, diretora da escola primária onde a menina estudava, foi uma das oradoras de cerimónia e descreveu Alice como uma "rapariga curiosa" que "nunca esquecia os pormenores".
Na cerimónia esteve também Serena Kenney, chefe da polícia de Merseyside, juntamente com cerca de 30 agentes e representantes dos serviços de emergência.
Sublinhe-se que o autor do ataque, Axel Rudakubana, de 17 anos, nascido no País de Gales e filho de pais ruandeses, foi acusado do homicídio das três meninas e da tentativa de homicídio de outras dez pessoas.
Após o ataque, registam-se protestos violentos da extrema-direita por todo o Reino Unido, sobretudo quando se espalhou nas redes sociais a informação incorreta de que o atacante era um requerente de asilo que tinha atravessado o Canal da Mancha de barco.
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