"Estão em curso os preparativos necessários para enviar dois aviões de combate a incêndios e um helicóptero de assistência ao nosso vizinho, a Grécia, que está a lutar contra os incêndios em torno de Atenas", anunciou o porta-voz do ministério, Öncü Keçeli, na rede social X.
Os dois países, outrora unidos sob o domínio do Império Otomano, têm estado frequentemente em desacordo, nomeadamente sobre a questão de Chipre, mas também se encontram frequentemente lado a lado quando um deles é atingido por uma catástrofe.
Um grande incêndio florestal, com uma frente de 40 quilómetros, continuava a deslocar-se hoje a norte de Atenas, onde cerca de 50.000 pessoas tiveram de ser retiradas.
Entretanto, o Governo apelou à União Europeia (UE) para que ajudasse a combater o fogo que desde domingo já queimou 10.000 hectares e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou que quatro países vão enviar meios terrestres e aéreos para a Grécia.
Mais de 700 bombeiros com 200 camiões, 17 aviões e 15 helicópteros-tanque estiveram hoje a operar numa vasta área a norte e leste da capital grega, para tentar travar o fogo.
A situação foi extremamente difícil hoje nas zonas urbanas de Vrilisia e Jalandri, a cerca de 13 quilómetros a nordeste do centro de Atenas, onde dezenas de casas e empresas arderam.
Os bombeiros concentraram os seus esforços tanto nesta zona como nas localidades de Nea Penteli e Palia Penteli, onde também arderam habitações, empresas e uma escola.
Mais a norte, os bombeiros e os voluntários, assistidos por veículos-cisterna dos municípios afetados continuam a combater em várias frentes perto de Dionísio, Maratona e Varnava.
Treze pessoas foram socorridas na sequência de problemas respiratórios ligeiros, enquanto um bombeiro foi hospitalizado com "queimaduras graves nos pés e nas mãos" e outro sofreu queimaduras ligeiras, informou o corpo de bombeiros.
Durante a noite passada e esta madrugada, equipas especiais da polícia grega resgataram perto de 250 pessoas que ficaram presas, na maioria nas suas casas nas zonas afetadas, segundo a emissora SKAI.
Três hospitais -- um infantil com 24 crianças, um militar e um terceiro com 23 pacientes -- e vários acampamentos infantis foram evacuados na zona de Penteli, enquanto em Vrilissia as explosões eram frequentes à medida que as chamas avançavam por armazéns e outras instalações.
"Os ventos são muito intensos e isso não está a ajudar, assim como a morfologia e a vegetação do terreno, composta, sobretudo, por pinheiros e azevinhos que queimam rapidamente", disse à agência espanhola EFE um porta-voz dos bombeiros.
Embora os incêndios nos arredores de Atenas tenham sido muito frequentes nos últimos anos durante o verão, esta é a primeira vez que um incêndio se propaga tão perto do centro da capital, dentro do tecido urbano da cidade.
Embora as temperaturas atuais sejam mais ou menos normais para a época, duas ondas de calor extremas em junho e julho, com temperaturas superiores a 44 graus Celsius em algumas regiões, secaram a vegetação, aumentando o risco de incêndios.
No ano passado, a Grécia também sofreu um verão fatídico, durante o qual dezenas de incêndios queimaram um número recorde de 160 mil hectares, o equivalente a 1,21% do território), dos quais resultaram 28 mortos.
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