Filipinas protestam contra disparo de foguetes pela força aérea chinesa

As Filipinas anunciaram hoje que apresentaram um protesto a Pequim, após jatos chineses terem voado perto e disparado foguetes na direção de um avião de patrulha da força aérea filipina no mar do Sul da China.

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© ELOISA LOPEZ/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
13/08/2024 07:46 ‧ 13/08/2024 por Lusa

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Filipinas

As ações hostis dos jatos da força aérea chinesa contra o avião de transporte ligeiro NC-212i das Filipinas, na quinta-feira, sobre o recife de Scarborough, foram as primeiras deste tipo, desde que as hostilidades em alto mar entre Pequim e Manila, na movimentada via marítima, começaram a aumentar no ano passado.

 

O chefe das Forças Armadas filipinas, o general Romeo Brawner Jr., não comunicou a existência de feridos ou danos, mas condenou as ações chinesas, que, de acordo com o responsável, podiam ter tido consequências trágicas.

"Se os foguetes entrassem em contacto com o nosso avião, podiam ter sido lançados na hélice ou na entrada de ar ou queimado o aparelho", disse Brawner, citado pela imprensa local.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino, Teresita Daza, disse, sem pormenorizar, ter sido transmitido um protesto diplomático à China.

No fim de semana, o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., afirmou que as ações dos jatos da força aérea chinesa eram "injustificadas, ilegais e imprudentes".

"Apelamos ao Governo da República Popular da China para que ponha termo a todas as formas de atos provocatórios e perigosos que possam comprometer a segurança do pessoal militar e civil filipino nas águas ou nos céus, desestabilizar a paz regional e corroer a confiança da comunidade internacional na RPC [República Popular da China]", afirmou, na segunda-feira, um grupo de trabalho do Governo filipino que supervisiona o mar do Sul da China.

Apesar do incidente, o controlo filipino sobre o espaço aéreo será intensificado, afirmou aquele grupo.

No sábado, o Comando do Teatro do Sul do Exército de Libertação Popular da China disse que um avião da força aérea filipina "entrou ilegalmente" no espaço aéreo sobre o recife, que a China reivindica, interrompendo as atividades de treino de combate.

O comando enviou jatos e navios para identificar, seguir e afastar o avião filipino, acrescentou.

O Exército chinês disse ter avisado as Filipinas para "pararem com as infrações, provocações, distorções e exageros".

Estados Unidos, Austrália e Canadá relataram ações semelhantes da força aérea chinesa no passado, no mar do Sul da China, para onde essas nações destacaram forças para defender o que designam como "liberdade de navegação e para sobrevoar".

A China considerou os destacamentos militares dos EUA e aliados na região, um perigo para a segurança regional.

Em 2013, Pequim anunciou uma nova zona de identificação de Defesa aérea sobre o mar do Sul da China, a abranger uma cadeia de ilhas disputadas, também reivindicadas pelo Japão.

Todos os aviões que entrassem na zona teriam de notificar as autoridades chinesas e seriam sujeitos a medidas militares de emergência se não se identificassem ou não obedecessem às ordens de Pequim, disseram, na altura, as autoridades chinesas. No entanto, Washington e aliados afirmaram que a medida não era válida.

As autoridades chinesas tinham avisado que Pequim podia estabelecer uma zona de Defesa aérea semelhante sobre o mar do Sul da China se a soberania sobre a passagem marítima, uma rota fundamental para o comércio e a segurança mundiais, fosse ameaçada.

Além da China e das Filipinas, o Brunei, a Malásia, o Vietname e a Tailândia mantêm reivindicações territoriais sobrepostas na movimentada passagem marítima, mas as hostilidades entre as guardas costeiras e das marinhas chinesas e filipinas no recife de Scarborough e no atol Segundo Thomas, intensificaram-se desde o ano passado.

Washington avisou repetidamente que é obrigado a defender as Filipinas, o mais antigo aliado na Ásia, se as forças, navios e aviões filipinos forem alvo de um ataque armado, incluindo no mar do Sul da China.

Leia Também: Manila condena "acções ilegais e imprudentes" da força aérea chinesa

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