"Vemo-nos nas ruas, um mês depois da nossa gloriosa vitória a 28 de julho, quando votámos, ganhámos e recolhemos as suas atas, que demonstram a esmagadora vitória de Edmundo González Urrutia", declarou Machado.
A oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Urrutia, obteve quase 70% dos votos e publicou 83,5% das atas - que afirma ter obtido através de testemunhas e membros das mesas de voto - para reforçar a sua reivindicação.
Machado sublinhou que o Governo "não se atreveu a apresentar nem um pedaço de papel e correu a esconder atrás do seu TSJ, submetido à tirania e que não tem moral para esconder o CNE [Conselho Nacional Eleitoral], o fraudulento".
O CNE não divulgou os dados desagregados das presidenciais, justificando a decisão com um alegado ataque cibernético contra o sistema eletrónico de votação, que Maduro mais tarde atribuiu ao empresário Elon Musk, proprietário da rede social X (antigo Twitter).
"Não há maior confissão de derrota", disse a líder da oposição, num vídeo publicado na rede social X.
A declaração de vitória de Maduro originou protestos e operações policiais após as eleições que fizeram 27 mortos e mais de 2.400 detidos, de acordo com fontes estatais.
O Ministério Público abriu a 06 de agosto um inquérito contra Urrutia e Machado, por "usurpação de funções, difusão de informações falsas, incitamento à desobediência à lei, incitamento à insurreição e associação criminosa".
Os dois dirigentes da oposição vivem na semi-clandestinidade desde o início do mês.
Urrutia não compareceu na segunda-feira para ser ouvido numa investigação criminal no Ministério Público, que já emitiu nova convocatória.
O MP refere ainda que os factos estão "relacionados com a publicação e manutenção do sítio Internet resultadosconvzla.com, a alegada prática dos crimes de usurpação de funções, falsificação de documento público, instigação à desobediência à lei, crimes informáticos, associação para a prática de crime e conspiração".
Entretanto, num vídeo divulgado nas redes sociais, Urrutia acusou o procurador-geral, Tarek William Saab, de ser um "acusador político" e insistiu que as atas das eleições devem ser divulgadas publicamente.
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