Homem que matou idosa russa volta a ser libertado para lutar na Ucrânia
O homem havia sido condenado a 14 anos de prisão por homicídio quando foi libertado pela primeira vez para lutar na Ucrânia. Depois, violou e matou uma idosa de 85 anos.
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Mundo Guerra na Ucrânia
Um cidadão russo, condenado a 14 anos de prisão por homicídio, foi libertado da prisão para se juntar ao Grupo Wagner e combater na Ucrânia, em 2022. Quando regressou à Rússia, violou e matou uma idosa de 85 anos e foi novamente condenado a 23 anos numa prisão de alta segurança. Agora, voltou a ser libertado para combater na linha da frente.
A denúncia foi feita pela família da vítima, Yulia Byuskikh, à BBC. "O assassino da minha avó escapou à punição pelo seu crime, mais uma vez, e foi lutar na guerra", contou Anna Pekareva, neta da idosa.
O homem, identificado como Ivan Rossomakhin, de 29 anos, foi libertado pela primeira vez em 2022, quando cumpria uma pena de 14 anos por homicídio. Combateu alguns meses na Ucrânia como mercenário do Grupo Wagner e foi autorizado a regressar a casa, no distrito de Vyatskiye Polyany, na região russa de Kirov.
Foi em Vyatskiye Polyany que atacou e matou Yulia Byuskikh, na sua própria casa. Em abril deste ano, Rossomakhin foi considerado culpado da violação e do assassínio da idosa e condenado a 22 anos numa prisão de alta segurança, pena que mais tarde foi aumentada para 23 anos, após o tribunal considerar que o crime "envolveu uma brutalidade extrema".
Segundo a neta, a prisão onde o homem se encontrava detido notificou a família de que ele foi libertado no passado dia 19 de agosto, no âmbito de uma lei russa específica que permite aos militares recrutar condenados para combater na linha da frente.
"A minha primeira reação foi de terror. Li os relatórios forenses e sei o que esta pessoa fez à minha avó. É monstruoso que ele tenha sido novamente libertado", disse Anna. "Se ele voltar, vai tentar vingar-se de nós - pelos nossos esforços para garantir que ele fosse condenado a prisão perpétua."
"É assustador o facto de ele não ser o único. Mesmo que ele não regresse, quantos mais assassinos e psicopatas andam por aí?", questionou.
Recorde-se que o Grupo Wagner começou a recrutar prisioneiros para combater na Ucrânia em 2022. No entanto, após o motim falhado levado a cabo por Yevgeny Prigozhin, o recrutamento passou a ser feito pelo Exército russo.
De acordo com a lei russa, os criminosos condenados que se alistam para combater têm as penas suspensas durante o período de serviço militar, mas alguns podem mesmo receber um perdão oficial, por exemplo, por "bravura".
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