Advogado de Gisèle insiste num julgamento público com exibição de vídeos

O advogado de Gisèle Pelicot, drogada pelo marido e violada por desconhecidos durante dez anos no sul da França, insistiu hoje que o julgamento deve ser realizado "em público", lamentando as restrições à exibição de vídeos nas audiências.

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© CHRISTOPHE SIMON/AFP via Getty Images

Lusa
20/09/2024 15:18 ‧ 20/09/2024 por Lusa

Mundo

França

"No presente caso, acreditamos que não há que ter medo de confrontar a violação, como Gisèle Pelicot decidiu fazer quando decidiu ver os vídeos", e que o julgamento por violação deve ser realizado "em público", disse à imprensa um dos advogados de Gisèle Pelicot, Stéphane Babonneau, durante um intervalo no Tribunal de Avignon, no sul da França.

 

As imagens das violações encontradas no computador do ex-marido de Gisèle, Dominique Pelicot, serão exibidas no julgamento "a pedido de uma ou mais partes" no processo e na ausência do público e da imprensa, decidiu na sexta-feira o juiz presidente, contra o conselho da vítima principal.

"Este é um julgamento que tem o poder de mudar a sociedade. Mas para que a sociedade mude, temos de ter a coragem de enfrentar o que é realmente a violação, num caso em que é excecional ter uma representação precisa e real do que é a violação, e não apenas uma descrição num processo verbal", acrescentou Stéphane Babonneau.

Antoine Camus, o outro advogado de Gisèle Pelicot, disse ainda à agência de notícias AFP que não havia qualquer possibilidade de recurso.

O juiz presidente, Roger Arata, justificou a sua decisão com base no caráter "indecente e chocante" dos vídeos, reservando o seu visionamento "apenas às partes no processo e ao tribunal" e excluindo, consequentemente, a presença de jornalistas.

As fotografias e os vídeos que mostram Dominique Pelicot, o principal arguido, e alguns dos 50 co-arguidos a praticar atos sexuais com Gisèle Pelicot circularam nos últimos dois dias sem audiência, mas na presença da imprensa.

Na sexta-feira, o procurador-geral solicitou que a difusão das imagens fosse sistemática, o que as partes civis apoiaram "plenamente", segundo Stéphane Babonneau.

Também a advogada de Dominique Pelicot, Béatrice Zavarro, se mostrou de acordo com o pedido.

Leia Também: Primeiro dos 50 violadores de Gisèle revela: "Pensava que estava no jogo"

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