A WWF publica anualmente um relatório sobre o estado de saúde do planeta, chamado "Índice Planeta Vivo", e na edição deste ano, hoje divulgada, alerta para a aproximação de "pontos de viragem perigosos".
A associação ambientalista internacional alerta que na natureza há mudanças que podem ser pequenas e graduais mas podem ter "impactos cumulativos" que vão desencadear mudanças maiores e mais rápidas, que quando atingem um limiar a mudança pode perpetuar-se sozinha, atingindo um ponto de rutura.
Há pontos de rutura globais, alerta a WWF, que são ameaças graves para a humanidade porque danificam os sistemas de suporte de vida na Terra. "Há vários pontos de rutura a nível mundial que estão a aproximar-se rapidamente".
Segundo o relatório, um ponto de rutura pode ser a mortalidade em massa dos recifes de coral, que a acontecer destruiria a pesca e a proteção contra tempestades, e outro o da floresta tropical amazónica, que libertaria toneladas de carbono para a atmosfera perturbando os padrões climáticos do planeta.
O colapso da corrente circular a sul da Gronelândia (colapso do giro subpolar) também afetaria drasticamente o clima na Europa e América do Norte, e o derretimento dos mantos de gelo da Gronelândia e da Antártida Ocidental faria subir o nível do mar em muitos metros, além de desencadear o degelo do "permafrost" (solo gelado em permanência) em larga escala provocando grandes emissões de dióxido de carbono e metano.
Há pontos de rutura que já estão a acontecer a nível regional, diz a WWF, que exemplifica com o que se passa na América do Norte, onde a infestação de escaravelhos do pinheiro e os incêndios florestais empurram as florestas de pinheiros para a rutura, sendo substituídos por arbustos e prados.
Na Amazónia a desflorestação e alterações climáticas reduziram a chuva e o ponto de rotura será quando deixar de haver condições para a floresta tropical, com "consequências devastadoras para as pessoas, a biodiversidade e o clima global".
"Um ponto de viragem poderia estar no horizonte se apenas 20-25% da floresta amazónica fosse destruída e estima-se que 14-17% já tenha sido desflorestada", avisa a WWF.
A WWF é uma organização independente de conservação com mais de 38 milhões de seguidores e uma rede global ativa em mais de 100 países.
A Sociedade Zoológica de Londres (Instituto de Zoologia) gere o Índice Planeta Vivo com a WWF. É uma instituição de conservação fundada em 1826 e que trabalha para restaurar a vida selvagem no Reino Unido e em todo o mundo.
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