Organização antinuclear japonesa espera que Nobel torne movimento "global"

A organização japonesa Nihon Hidankyo, galardoada na sexta-feira com o Prémio Nobel da Paz de 2024, disse hoje que confia que este prémio vai ajudar a mensagem contra as armas nucleares a "tornar-se global" .

Notícia

© YUICHI YAMAZAKI/AFP via Getty Images

Lusa
12/10/2024 11:37 ‧ 12/10/2024 por Lusa

Mundo

Nobel

Sobreviventes dos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki que compõem a organização, denominados 'hibakusha', realizaram hoje uma conferência de imprensa em Tóquio para se pronunciarem sobre o prémio que lhes foi atribuído pela Academia Sueca.

 

"Em vez de recuar diante dos Estados Unidos ou de outras potências nucleares, acho que [os responsáveis pelo prémio] decidiram que era necessário fazer um apelo para ouvir os sobreviventes da bomba e elevar o nosso movimento ao nível global", disse Terumi Tanaka, de 92 anos e um dos representantes do grupo.

Os membros da organização reafirmaram a alegria por terem recebido o prémio e a surpresa: "Nunca pensei que nos dariam o Prémio Nobel da Paz. Quando descobri esta manhã, fiquei extremamente feliz", disse o secretário-geral da organização, Sueichi Kido.

O Comité norueguês do Nobel atribuiu o Prémio da Paz ao grupo japonês "pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e para demonstrar, através de depoimentos de testemunhas, que as armas nucleares nunca deveriam ser usadas novamente".

Nihon Hidankyo é um grupo fundado em 1956 por 'hibakusha' ou sobreviventes das bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki 11 anos antes, e desde então tem trabalhado para divulgar os testemunhos das pessoas afetadas em todo o mundo e para promover um mundo livre de armas nucleares.

É a primeira vez em 50 anos que o Japão recebe o Prémio Nobel da Paz desde 1974, quando Eisaku Sato, primeiro-ministro do Japão entre 1964 e 1972, recebeu o prémio por representar a vontade de paz do povo japonês, apresentando os três princípios não nucleares de "não possuir, produzir ou permitir armas nucleares" no país.

Os bombardeios nucleares de Hiroshima e Nagasaki provocaram mais de 210 mil mortos devido ao efeito direto da explosão, bem como às consequências da radiação que continuou a afetar a população anos depois.

Leia Também: UE diz que Nobel da Paz para vítimas de bombas alerta sobre risco nuclear

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas