O gabinete do primeiro-ministro israelita confirmou a ligação telefónica a partir do 'Air Force One', a aeronave da Força Aérea dos Estados Unidos que transporta neste momento Joe Biden para a Alemanha.
"Os dois líderes concordaram que existe uma oportunidade para promover a libertação dos reféns e que trabalharão juntos para alcançar esse objetivo", afirmou o gabinete do primeiro-ministro israelita num comunicado, referindo-se aos reféns israelitas retidos pelo Hamas desde 07 de outubro de 2023.
Biden já tinha expressado publicamente que a morte de Sinouar abria uma "oportunidade" para um acordo para acabar com a guerra em Gaza e planear um futuro para o enclave palestiniano sem o Hamas no poder.
"Em breve falarei com o primeiro-ministro Netanyahu e outros líderes israelitas para felicita-los, discutir o caminho para trazer os reféns de volta para as suas famílias e acabar de uma vez por todas com esta guerra, que causou tanta devastação a pessoas inocentes", havia dito Biden antes da conversa com o líder israelita.
"Yahya Sinouar era um obstáculo intransponível para atingir todos esses objetivos. Esse obstáculo não existe mais. Mas ainda há muito trabalho pela frente", acrescentou Biden, em comunicado.
O Pantágono confirmou que os Estados Unidos não estiveram "diretamente envolvidos" na operação do Exército israelita que terminou com a morte de Sinouar, após combates entre tropas de infantaria e milicianos do Hamas durante uma patrulha de rotina na tarde de quarta-feira em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza.
Nascido num campo de refugiados em Khan Yunis, cidade no sul de Gaza, Sinouar foi eleito líder do Hamas em Gaza em 2017, depois de estabelecer a reputação de inimigo ferrenho de Israel e no passado 06 de agosto - após o assassínio em Teerão do então chefe do gabinete político, Ismail Haniyeh - foi escolhido para ocupar a posição mais elevada no organograma do grupo islamita.
Sinouar representava a linha mais dura e beligerante do grupo e é considerado por Israel o mentor dos ataques de 07 de outubro contra o território israelita, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e outras 250 foram sequestradas, o que o tornou no homem mais procurado por Israel.
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