"Serão necessários 80 anos para reconstruir a Faixa de Gaza se a ocupação israelita continuar a sua agressão", afirmou Rajagopal numa declaração oficial da ONU.
Os dados oficiais estimam que, entre outubro do ano passado e janeiro deste ano, 60 a 70 por cento das casas na Faixa de Gaza tenham sido destruídas, enquanto no norte do enclave essa percentagem subiu a 82 por cento.
No entanto, "agora a situação é muito pior", particularmente no norte, onde a taxa de destruição se aproxima dos 100 por cento, alertou.
O último relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estimava que, em maio, havia mais de 39 milhões de toneladas de escombros na Faixa de Gaza e alertava para o facto de os escombros incluírem munições por explodir, resíduos tóxicos e amianto.
"A contaminação dos aquíferos subterrâneos e do subsolo atingiu níveis catastróficos, ao ponto de não sabermos se poderá ser tratada a tempo", acrescentou Rajagopal.
Para abordar uma possível reconstrução, "o mais importante seria remover os escombros, seria necessário procurar financiamento e, mais importante ainda, a reconstrução só poderia começar se a ocupação israelita terminasse", argumentou.
Rajagopal responsabilizou Israel pela destruição do enclave e recordou as restrições que este impõe à importação de materiais de construção por alegada dupla utilização.
O relator da ONU assinalou que desde 2014 foram construídas menos de mil casas por ano na Faixa de Gaza.
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