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Sínodo pede que Igreja Católica crie ambientes mais seguros para menores

O Sínodo - a assembleia de bispos e leigos da Igreja Católica - apelou a que se tornem "as comunidades lugares cada vez mais seguros para os menores" após os escândalos de abusos, fornecendo instrumentos de prevenção.

Sínodo pede que Igreja Católica crie ambientes mais seguros para menores
Notícias ao Minuto

26/10/24 20:53 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Vaticano

O documento com as conclusões foi validado pelo Papa Francisco, que esta tarde ordenou a sua publicação imediata, revelando que não escreverá uma exortação apostólica com indicações a este respeito, como tem sido habitual.

 

O Sínodo - uma cimeira com bispos de todo o mundo e, por ordem do Papa, também com leigos e mulheres com direito de voto - chegou a acordo sobre este texto no qual é feita referência especial aos casos de abuso de menores e pessoas vulneráveis.

"A crise dos abusos, nas suas diversas e trágicas manifestações, causou um sofrimento indescritível e muitas vezes duradouro às vítimas e aos sobreviventes, bem como às suas comunidades, abusos espirituais, económicos, institucionais, de poder e de consciência por parte do clero ou de pessoas com deveres eclesiásticos", é referido no documento.

No texto é recomendada a "escuta" como "elemento fundamental" do "caminho da cura, do arrependimento, da justiça e da reconciliação".

"A Igreja deve reconhecer as suas próprias faltas, pedir humildemente perdão, cuidar das vítimas, dotar-se de instrumentos de prevenção e esforçar-se por reconstruir a confiança mútua no Senhor", é referido num dos pontos.

Numa outra secção, destaca-se que os debates têm incentivado "promover em todos os âmbitos eclesiais uma cultura de proteção para tornar as comunidades lugares cada vez mais seguros para menores e pessoas vulneráveis".

O Sínodo assume que o trabalho "já começou" para dotar a Igreja de regras e procedimentos legais que evitem abusos e possam responder a possíveis "comportamentos impróprios" e acrescenta que "é essencial que a Igreja ative e promova uma cultura de prevenção em todo o mundo".

Participaram no Sínodo 358 membros, incluindo 272 bispos e 53 mulheres, e vários pontos dedicados a casos de abuso no documento final refletem uma convergência importante, uma vez que apenas uma dúzia de participantes votaram contra a inclusão deste tópico, em comparação com cerca de 340 que o fizeram.

No final, o Papa revelou que não publicará uma exortação apostólica que inclua as ideias apoiadas pelo documento final, o que fez depois das assembleias dedicadas à família (2015) ou à Amazónia (2019).

"Neste tempo de guerras, devemos ser testemunhas de paz, aprendendo também a dar forma real à coexistência das diferenças. Por isso, não tenciono publicar uma exortação apostólica", disse o Papa Francisco.

No discurso proferido perante os 368 pais e mães sinodais na sala Paulo VI do Vaticano -- onde hoje foi votado o documento final com as propostas concretas para uma Igreja menos clerical e mais inclusiva - Francisco declarou que só se limitará à publicação deste relato do evento para conhecimento de todos.

No seu discurso, Francisco deixou claro que no documento final "já existem indicações muito concretas que podem servir de guia para a missão das igrejas, nos diferentes continentes, nos diferentes contextos" e que, por isso, ele quer colocá-lo "disponível para todos".

Leia Também: China e Vaticano prolongam acordo sobre a nomeação de bispos

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