A ministra norte-coreana Choe Son-hui "está em Moscovo em visita oficial para conversações estratégicas" com Serguei Lavrov, anunciou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, durante uma conferência de imprensa, acrescentando que "os detalhes, as datas" serão anunciados mais tarde.

Os meios de comunicação estatais russos já haviam informado anteriormente que Choe Son-hui chegou à Rússia na terça-feira e estaria hoje na capital russa.

Esta visita de alto nível entre líderes russos e norte-coreanos ocorre quando o Ocidente denuncia o envio de milhares de soldados de Pyongyang para perto a frente de batalha na Ucrânia, alertando contra a sua possível participação nos combates, que indicaria "uma perigosa escalada no conflito".

De acordo com o Pentágono, um total de 10 mil soldados norte-coreanos já se encontram na Rússia, incluindo "um pequeno número" na região fronteiriça russa de Kursk, enquanto o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que um total de 12 mil soldados norte-coreanos estaria "em breve" em solo russo para treino.

A sua missão exata no exército russo, no entanto, não é ainda clara.

Na semana passada, os deputados russos votaram por unanimidade a ratificação do "Tratado de Parceria Estratégica Abrangente" com a Coreia do Norte. A Câmara Alta russa deverá agora examiná-lo em 06 de novembro.

Este tratado foi assinado a 19 de junho, durante uma rara visita do Presidente russo, Vladimir Putin, a Pyongyang, ilustrando a acelerada aproximação diplomática e militar entre os dois países desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em 24 fevereiro de 2022.

O tratado prevê, nomeadamente no seu artigo 4.º, a "ajuda militar imediata" em caso de agressão armada por parte de países terceiros.

No entanto, o exército ucraniano ainda controla várias centenas de quilómetros quadrados de território russo desde a sua ofensiva surpresa lançada em agosto na região fronteiriça de Kursk.

A Coreia do Norte negou ter fornecido à Rússia forças para os combates na Ucrânia.

Questionado sobre este tratado bilateral e a forma como seria aplicado, durante a cimeira dos BRICS em Kazan, na Rússia, Vladimir Putin evitou responder diretamente.

"Isto são assuntos nossos", declarou Putin.

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