Em declarações hoje à Agência Lusa em Londres, onde foi recebido pelo homólogo, David Lammy, Rangel renovou a posição do Governo de "condenação clara da situação existente".
Fazendo referência a uma declaração conjunta da secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos, com outros governantes europeus, o ministro indicou apoiar os apelos da Presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, "que têm sido apelos no sentido justamente de assegurar que os resultados sejam transparentes e que a vontade efetiva dos georgianos não seja condicionada nem por ações governativas, nem por interferência de potências estrangeiras".
O Ministério Público da Geórgia abriu hoje uma investigação sobre a alegada fraude nas eleições legislativas, e convocou a Presidente do país, a pró-europeia Salome Zurabishvili, a detalhar as suas acusações contra o partido no poder, que foi declarado vencedor do escrutínio.
A comissão eleitoral da Geórgia anunciou na terça-feira que iria proceder recontagem parcial das legislativas, enquanto Zurabishvili recusou-se a reconhecer os resultados e apelou aos georgianos para que protestassem nas ruas.
A oposição acusa o partido Sonho Georgiano (pró-russo), do oligarca Bidzina Ivanishvili, de aproximar a Geórgia da Rússia e de a afastar de uma possível adesão à UE e à NATO, dois objetivos consagrados na Constituição do país.
Portugal e outros 12 países da União Europeia (UE) também criticaram a "visita prematura" do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, à Geórgia para demonstrar apoio ao homólogo georgiano, Irakli Kobajidze.
A Comissão Europeia vincou que o dirigente do país atualmente com a presidência rotativa da UE "não recebeu qualquer mandato" para falar em nome da UE.
Sobre a segunda volta das eleições presidenciais na Moldova, Paulo Rangel não escondeu o apoio à Presidente, Maia Sandu, de quem dizer ser amigo pessoal há quase uma década.
"É uma grande pró-europeísta, tem uma coragem pessoal e física extraordinária. Nós temos um profundo desejo, sem querermos interferir, obviamente, que que ela possa ganhar essas eleições para que o caminho pró-europeu, que apesar de todas as contrariedades e mais uma vez interferências estrangeiras e condicionamentos, ganhou no referendo por uma margem curtíssima, possa ser executado por alguém que verdadeiramente tem a vontade de trazer a Moldávia para a União Europeia", justificou Rangel à Lusa.
Sandu ficou em primeiro lugar na primeira volta, com cerca de 42% dos votos, e vai disputar a segunda volta, no domingo, com o candidato pró-russo Alexander Stoianoglo, que obteve cerca de 26% dos votos.
A chefe de Estado denunciou a existência de interferência russa neste processo eleitoral, acusação secundada por autoridades da UE e dos Estados Unidos da América.
Este mês, 50,4% dos eleitores moldavos votaram em referendo nacional pelo "sim" à inclusão da adesão à UE como um objetivo nacional na Constituição da Moldova.
Leia Também: Parlamento vai ouvir Rangel sobre incidente com militares em Figo Maduro