A conselheira da Inovação em Valência e presidente da Fira València, uma antiga instituição que organiza feiras por toda a Espanha, Nuria Montes, está a ser duramente criticada por, esta sexta-feira de manhã, no momento em que os corpos de algumas das centenas de pessoas mortas pelo fenómeno DANA chegaram à morgue instalada na sede da Fira València, ter dito às famílias para não se deslocarem ao local e ficarem a aguardar notícias em casa.
"É muito importante que todos saibam que não vamos permitir, não vamos entregar os corpos às famílias, nem vamos permitir que os familiares tenham acesso à zona onde temos todos os falecidos, pelo que têm de aguardar a chamada das autoridades e a entrega da documentação necessária. O melhor sítio para aguardarem notícias dos vossos familiares é nas vossas casas", afirmou Nuria Montes, em declarações aos jornalistas esta manhã.
As palavras foram mal recebidas pelos espanhóis, que a acusaram de falta de empatia e de sensibilidade, levando Nuria Montes a "pedir desculpa a todos" através de um vídeo publicado nas suas redes sociais.
PERDÓN, de corazón. pic.twitter.com/69XUC3CLNa
— Nuria Montes (@NuriaMontes) November 1, 2024
"Não era minha intenção. Lamento muito que as minhas palavras não tenham tido a empatia e sensibilidade que todos procuramos nestes momentos difíceis que estamos a atravessar. Por isso, só posso reiterar mais uma vez o meu perdão a todos vós", afirmou a conselheira valenciana.
O número de mortes em Espanha devido às inundações subiu para 205, continuando dezenas de pessoas desaparecidas, segundo o mais recente balanço das autoridades espanholas.
Várias regiões de Espanha, entre as quais a Comunidade Valenciana, no leste do país, estão desde terça-feira sob a influência de uma "depressão isolada em níveis altos", um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em espanhol e como DINA em português.
Trata-se de uma das catástrofes naturais mais graves dos últimos 75 anos em Espanha, ultrapassando as inundações de Biescas (Huesca) em 1996, com 87 mortos, e as inundações de Turia em 1957, em que morreram entre 80 e 100 pessoas.
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