NATO. Rutte e Meloni de acordo sobre reforço do flanco sul
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, manifestaram-se hoje de acordo com uma Aliança Atlântica mais forte no flanco sul, em paralelo com o apoio à Ucrânia.
© Lusa
Mundo NATO
Em declarações à imprensa após um encontro em Roma, naquela que foi a primeira deslocação de Rutte a Itália desde que assumiu, há cerca de um mês, a liderança da NATO, o secretário-geral da Aliança e a chefe de Governo italiana reiteraram o apoio incondicional à Ucrânia face à agressão militar russa, mas sublinharam a necessidade de fazer frente a outras ameaças, designadamente oriundas no norte de África e Médio Oriente.
"A NATO tem um conceito de segurança de 360 graus. Temos de continuar a ser capazes de enfrentar ameaças de todos os lados. E é por isso que, por iniciativa de Itália, adotámos um plano de ação para uma abordagem mais forte, mais estratégica e com mais recursos face à nossa vizinhança a sul", apontou Rutte.
O antigo primeiro-ministro holandês lembrava o plano de ação adotado na cimeira da NATO celebrada em julho passado em Washington, no qual os líderes da Aliança concordaram que a organização designe um representante especial para o flanco sul que atuará como ponto focal e coordenará os esforços da NATO na região, comprometendo-se a reforçar o diálogo com os vizinhos do sul.
"O secretário-geral e eu estamos de acordo sobre o facto de que a Aliança deve prestar cada vez mais atenção ao seu flanco sul. A Itália nestes últimos anos tem contribuído para chamar a atenção para a dimensão do flanco sul da NATO e, para nós, é claramente muito importante que este empenho renovado nesse sentido, incluído nas conclusões [da cimeira de julho], vá em frente", afirmou por seu lado Meloni.
Meloni desejou felicidades a Mark Rutte nas suas novas funções à frente da Aliança Atlântica "num tempo muito complexo", sobretudo à luz da "guerra de agressão russa", que, salientou, "tem um efeito dominó" desestabilizador, tendo criado "uma situação de instabilidade que abriu muitas frentes" às quais a NATO deve dar resposta.
A primeira-ministra italiana acrescentou que teve oportunidade de reafirmar ao novo secretário-geral o compromisso de Itália com a Aliança Atlântica -- "pode sempre contar a Itália", disse, dirigindo-se a Rutte -- e transmitir-lhe a convicção de Roma de que a NATO precisa de um "pilar europeu" mais forte, além do norte-americano, pelo que é "essencial trabalhar para uma indústria europeia de defesa competitiva".
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