"Não muda nada para nós", disse Massoud Pezeshkian, cujo país rompeu relações diplomáticas com os Estados Unidos há quatro décadas.
"A nossa prioridade é desenvolver as relações com os nossos vizinhos e com os países islâmicos", acrescentou Pezeshkian.
Por outro lado, a imprensa iraniana de hoje publicou extensas reportagens sobre os resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
"Os Estados Unidos são o grande Satã, seja qual for o Presidente", escreveu o jornal ultraconservador Kayhan, salientando que a política norte-americana "não mudou em nada durante os quatro anos" da administração de Joe Biden.
O jornal Iran, pró-governamental, salienta que "a economia iraniana foi afetada pelas pressões".
"Mas a situação é agora diferente e Trump já não poderá isolar o Irão e prejudicar a economia", escreve.
Fora deste contexto, o diário reformista Ham Mihan criticou as "declarações diplomáticas" no Irão, segundo as quais Donald Trump ou Kamala Harris na Casa Branca "não fazem diferença".
Hoje de manhã, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, citado também pela pela agência de notícias estatal IRNA, indicou que a vitória de Trump é uma oportunidade para "corrigir as abordagens e políticas erradas" de Washington em relação a Teerão.
"As eleições dos Estados Unidos constituem uma oportunidade para reavaliar e corrigir as abordagens e políticas erradas" de Washington em relação ao Irão, afirmou Baghaei.
O diplomata indicou que Teerão teve "experiências profundamente amargas com as políticas de várias administrações dos Estados Unidos", país com o qual tem estado em desacordo desde a Revolução Islâmica de 1979.
As declarações de Baghaei foram feitas um dia depois da vitória nas eleições presidenciais norte-americanas de Donald Trump, que no primeiro mandato (2017-2021) aplicou ao Irão a chamada política de "máxima pressão".
Trump abandonou unilateralmente o acordo nuclear de 2015, que limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções, e voltou a impor medidas restritivas que afundaram a economia do país.
Na primeira reação oficial, na quarta-feira, a porta-voz do Governo iraniano, Fatemeh Mohajerani disse: "A eleição do Presidente dos Estados Unidos não tem uma relação clara connosco".
Apesar disso, o rial, moeda iraniana, caiu para um mínimo histórico em relação ao dólar norte-americano.
As relações entre o Irão e os Estados Unidos, muito tensas nas últimas décadas, atravessam o pior momento desde o início da guerra entre Israel, que tem Washington como principal aliado, e os movimentos islamitas Hamas e o Hezbollah, apoiados por Teerão.
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