Vitória de Trump "nada muda", garante presidente iraniano

A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas "não muda nada" para o Irão, segundo o chefe de Estado iraniano, citado hoje pela agência noticiosa oficial Irna.

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© Iranian Presidency/Handout/Anadolu via Getty Images

Lusa
07/11/2024 14:16 ‧ há 2 semanas por Lusa

Mundo

EUA/Eleições

"Não muda nada para nós", disse Massoud Pezeshkian, cujo país rompeu relações diplomáticas com os Estados Unidos há quatro décadas. 

 

"A nossa prioridade é desenvolver as relações com os nossos vizinhos e com os países islâmicos", acrescentou Pezeshkian.

Por outro lado, a imprensa iraniana de hoje publicou extensas reportagens sobre os resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

"Os Estados Unidos são o grande Satã, seja qual for o Presidente", escreveu o jornal ultraconservador Kayhan, salientando que a política norte-americana "não mudou em nada durante os quatro anos" da administração de Joe Biden.

O jornal Iran, pró-governamental, salienta que "a economia iraniana foi afetada pelas pressões". 

"Mas a situação é agora diferente e Trump já não poderá isolar o Irão e prejudicar a economia", escreve.

Fora deste contexto, o diário reformista Ham Mihan criticou as "declarações diplomáticas" no Irão, segundo as quais Donald Trump ou Kamala Harris na Casa Branca "não fazem diferença".

Hoje de manhã, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, citado também pela pela agência de notícias estatal IRNA, indicou que a vitória de Trump é uma oportunidade para "corrigir as abordagens e políticas erradas" de Washington em relação a Teerão.

"As eleições dos Estados Unidos constituem uma oportunidade para reavaliar e corrigir as abordagens e políticas erradas" de Washington em relação ao Irão, afirmou Baghaei.

O diplomata indicou que Teerão teve "experiências profundamente amargas com as políticas de várias administrações dos Estados Unidos", país com o qual tem estado em desacordo desde a Revolução Islâmica de 1979.

As declarações de Baghaei foram feitas um dia depois da vitória nas eleições presidenciais norte-americanas de Donald Trump, que no primeiro mandato (2017-2021) aplicou ao Irão a chamada política de "máxima pressão".

Trump abandonou unilateralmente o acordo nuclear de 2015, que limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções, e voltou a impor medidas restritivas que afundaram a economia do país.

Na primeira reação oficial, na quarta-feira, a porta-voz do Governo iraniano, Fatemeh Mohajerani disse: "A eleição do Presidente dos Estados Unidos não tem uma relação clara connosco".

Apesar disso, o rial, moeda iraniana, caiu para um mínimo histórico em relação ao dólar norte-americano.

As relações entre o Irão e os Estados Unidos, muito tensas nas últimas décadas, atravessam o pior momento desde o início da guerra entre Israel, que tem Washington como principal aliado, e os movimentos islamitas Hamas e o Hezbollah, apoiados por Teerão.

Leia Também: Líder Supremo do Irão diz que o Hezbollah e o Hamas vão vencer Israel

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