"Em princípio, a situação corre bem", disse Nabih Berri em declarações ao jornal árabe Al-Sharq al-Awsat, sediado em Londres, após o chefe do Parlamento libanês ter tido na terça-feira uma reunião de "mais de duas horas" com o mediador norte-americano, Amos Hochstein.
De acordo com Berri, figura em que o Hezbollah confia para a mediação, tudo o que resta é "discutir alguns detalhes técnicos e tomar uma decisão" antes da próxima fase das negociações, que começaria com a visita de Hochstein a Israel.
Em todo o caso, o líder do Parlamento insistiu que as conversações "estão a correr bem", embora tenha alertado que "esta não é a primeira vez que os israelitas quebram as suas promessas", referindo-se aos possíveis obstáculos do Governo de Israel para concordar com um cessar-fogo no Líbano.
O diário Al-Sharq al-Awsat lembrou que na proposta de acordo dos Estados Unidos há dois pontos particularmente controversos que as autoridades libanesas afirmam não serem aceitáveis.
A primeira delas é sobre Israel ter "liberdade de circulação" no Líbano, caso seja ameaçado pelo Hezbollah nas zonas fronteiriças ou em violação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que colocou fim à guerra de 2006 entre o Estado Judeu e o movimento xiita libanês aliado do Irão.
O segundo ponto em disputa é a criação de um mecanismo de supervisão da resolução 1701, que seria presidida pelos Estados Unidos, segundo o jornal.
Na terça-feira, Hochstein afirmou numa breve aparição em Beirute que as diferenças foram "reduzidas" entre as partes para chegar a uma trégua, alertando que existe "uma oportunidade real para colocar fim a este conflito", que começou a 08 de outubro de 2023 e agravou-se consideravelmente há dois meses.
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