As profissionais do sexo na Bélgica vão ter direito a licença maternidade, além de contratos de trabalho, seguro de saúde, baixa médica e aposentação, segundo uma legislação aprovada este ano no país e que é vista com bons olhos por estas mulheres, que partilharam, recentemente, as suas experiências.
De realçar que, em causa, está uma lei, aprovada no início deste ano, e que trata a prostituição como qualquer outro emprego - algo que acontece pela primeira vez a nível mundial. A profissão foi descriminalizada na Bélgica em 2022. "Tive de trabalhar enquanto estava grávida de nove meses", diz Sophie, que é prostituta na Bélgica.
Agora, a BBC Brasil fez uma reportagem sobre esta nova lei e ouviu alguns testemunhos, como de Sophie, mãe de cinco filhos.
Quando teve o quinto filho, teve de ser submetida uma cesariana e foi informada de que teria de ficar de cama durante seis semanas. "Não podia dar-me ao luxo de parar porque precisava do dinheiro", disse, numa referência ao que agora muda com esta licença de maternidade.
Além disso, contou que também continuou a trabalhar enquanto estava grávida.
"Tive de trabalhar enquanto estava grávida de nove meses. Fazia sexo com clientes uma semana antes do parto", lembrou. "É uma oportunidade para existirmos como pessoas", considerou.
Ainda que os críticos digam que o tráfico e os abusos não vão ser travados por esta lei, outros defendem que mais países devem "caminhar nesta direção", como Erin Kilbride da ONG Human Rights Watch.
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