Na sétima ronda do Diálogo Estratégico China - Alemanha sobre Diplomacia e Segurança, Wang disse a Baerbock que "as divergências e diferenças entre a China e a Alemanha não devem ser um obstáculo" à cooperação entre os dois países.
"A China está a responder a todas as incertezas externas com base nas suas próprias convicções", apontou o ministro, em Pequim.
"O mundo está a enfrentar múltiplos desafios e os fatores de incerteza, instabilidade e imprevisibilidade aumentaram significativamente. Quanto mais turbulento é o mundo, mais as grandes potências devem manter a sua compostura. A relação entre as grandes potências deve permanecer estável", disse.
O diplomata acrescentou que a China e a Alemanha devem "aderir a um tom de diálogo e cooperação", pondo de lado as "mentalidades de confronto da Guerra Fria".
"Temos de responder conjuntamente aos desafios globais, esforçarmo-nos por promover a cooperação prática e defender o desenvolvimento multilateral. A China e a Alemanha devem mostrar a sua responsabilidade enquanto países importantes", acrescentou.
De acordo com o comunicado das autoridades chinesas, Baerbock manifestou esperança de que a China, enquanto parceiro da Europa, possa "desempenhar um papel mais ativo" para pôr fim à guerra na Ucrânia, embora tenha assegurado, numa conferência de imprensa posterior, que "o apoio crescente da China" à agressão militar da Rússia contra a Ucrânia "teve impacto" nas relações entre Berlim e Pequim.
"O apoio crescente da China à guerra da Rússia contra a Ucrânia tem um impacto nas nossas relações, uma vez que os interesses fundamentais de segurança da Alemanha e da Europa foram afetados", afirmou Baerbock.
O Presidente russo, Vladimir Putin, "não só está a destruir a ordem de paz europeia com a sua guerra, como também está a deslocar-se para a Ásia através da Coreia do Norte", afirmou.
A diplomata acrescentou que discutiu com o seu homólogo chinês Wang Yi a forma de "iniciar um processo de paz justo", sublinhando que os membros do Conselho de Segurança da ONU têm "a responsabilidade pela paz no mundo".
"Estamos aqui para deixar claro, com total transparência, por que razão estamos tão preocupados com a segurança da nossa própria paz na Europa", afirmou.
Desde o início da guerra na Ucrânia, a China tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e à atenção às "preocupações legítimas de todos os países", em referência à Rússia, negando, no entanto, que tenha prestado assistência militar a Moscovo.
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